O que faz um treinador quando seu time vai bem na estreia?
Repete os 11 titulares.

Qual a reação de um técnico quando sua equipe vai mal no primeiro jogo?
Mexe na escalação.

Foi o que Joaquim Nego fez no Blumenau contra o Atlético Catarinense.
Não por opção, mas por necessidade, se viu obrigado a trocar o zagueiro Kaio (com desconforto) por Lucas Silva.

Como no Blumenau não tem ninguém que produz as artes com a relação dos atletas, lembro que diante do Metropolitano, o time jogou com:
12- Pedro Nagel
2- Gabriel Sales
3- Lucas Felipe
4- Kaio
6- Victor Rosa
5- Vitor Gabriel
8- Savio
7- Gladson
10- Ramon
9- Luan May
11- Sapucaia

Da mesma forma, após o pífio desempenho na estreia, Rodrigo Cascca promoveu quatro mexidas diante do Atlético Tubarão.

Sacou o zagueiro Zemarcio, o lateral esquerdo Ângelo, o volante Wellington Brás e o atacante Baianinho.
Colocou, respectivamente, Raul, Udson, Jordan e Felipe.

E foi em um erro individual de Jordan (recém contratado junto com Udson) na entrada da área que resultou no gol de Esquerdinha, logo com 9 minutos.
Na cara de Cláudio Vitor.
Que nada pode fazer.
Aliás, até o momento, um dos principais reforços.
O goleiro chegou com ritmo de jogo depois de disputar 10 partidas e sofrer 12 gols no Santa Rosa (eliminado pelo Remo nas quartas de final do Campeonato Paraense).
Não fosse a atuação do rondoniense de 23 anos, formado no Avaí, o Metrô poderia ter voltado com a derrota do sul do estado.
Contra o Blumenau (nos dois gols sofridos) já tinha feito duas defesas dificílimas (em Tubarão foram pelo menos três lances em que mostrou muita segurança).

O BEC confundiu velocidade com pressa.
Reflexo da ansiedade e do apetite de tentar resolver logo a parada.
Só que frente a essa inquietude entrou a estratégia do adversário.
Diferentemente do Metropolitano, o Atlético ofereceu a bola para o Blumenau.
Que encontrou dificuldades para criar e oferecer perigo diante da eficiente marcação do adversário de São José.
A ausência de um camisa 9 da posição, forte, estilo pivô de futsal, também ajudou.
Não que Luan May não seja bom jogador.
Tem habilidade, mobilidade e velocidade .
No entanto, é jogador para carregar a bola, para puxar o contra-ataque, se apresentar para finalizar, de frente para o gol.

Estilo bem diferente de Jonathan Perea.
Colombiano de 1,90m, 22 anos, que antes de vir para cá estava atuando no Sirens, em Malta, arquipélago situado na região central do Mediterrâneo, entre a Sicília e a costa do norte da África.
Despontou em 2022 no Falcon FC, clube-empresa de Sergipe.
Atuou ainda no Coruripe de Alagoas.
E na Associação Atlética Flamengo de Guarulhos.
É agenciado pela empresa blumenauense Kuniy & W. Sports.

O Metrô deu um chute a gol no primeiro tempo.
Em uma cobrança de falta de Luza, sem perigo.
O meia-atacante de cabelo platinado até chama a responsabilidade, encara a marcação, é o principal driblador da equipe.
Só que joga isolado.
Assim como Perea que deve ter voltado com torcicolo.
O gringo não é bobo.
Briga.
Faz bem a parede.
Contudo, como a bola geralmente chega quadrada, não vem rendendo.
Alguém precisa se aproximar, ajudar na articulação.
Pedrinho até jogou mais avançado dessa vez.
Contudo, não é mais um guri (31 anos).

Tanto é verdade que no iontervalo, Cascca colocou Zemarcio justamente no lugar de Pedrinho, que correu bastante no primeiro tempo.
O zagueiro ajudou a anular a criação do Atlético Tubarão.
Seguiu pouco ofensivo.
Mesmo assim, buscou a igualdade nos acréscimos, por conta das alterações.
Já que todos os jogadores participaram de alguma forma do gol.
Kaio tabelou com Baianinho e sofreu pênalti.
O meia Marco Antonio, que veio do Sub 20 do Joinville, bateu com personalidade.

Um ponto precioso.
Que levanta o astral após a derrota para o rival (embora o elenco necessite de mais qualidade).
Pois o jogo contra o Juventus promete ser bem encardido.

Assistir um jogo do Metropolitano é um exercício de paciência.
Por conta do perfil do elenco montado.
O próprio Cascca sabe que diante do que tem na mão, precisa, primeiro, se defender.
Para quem pensa em acesso é preocupante.

Já do outro lado, é interessante em alguns momentos, ver esse BEC jogar.
A molecada vai para cima.
Vai pecar em muitos momentos pela falta de experiência.
Jamais por omissão.
Faz parte do seu DNA.

O problema é que pela juventude do grupo (media de idade de 21 anos) e boatos de assédio (cedo demais), pode rolar um salto alto.
O sangue no olho pode dar lugar à pela desatenção – como no primeiro gol sofrido.
Tanto é que pela bronca no vestiário e as trocas feitas por Joaquim Nego, a equipe recuperou o foco e foi buscar o empate, com Junior e Vinicius Perrut, mais dois garotos, que estavam na reserva.
Tivesse mais 5 ou 10 minutos, a virada poderia ser sacramentada.

Vamos ver como vai ser o comportamento diante de um time experiente como o do Camboriú.

O Blumenau não deixa de ser uma surpresa.
Enquanto o Metropolitano ainda não passa confiança ao seu torcedor.

A única certeza que temos é a de que dificilmente o Santa Catarina não estará na semifinal.

Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009 no Ibes/Sociesc. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de repórter/setorista na Rádio Unisul – atual CBN. Atualmente é apresentador, repórter, produtor e editor de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Na mesma emissora filiada à TV Record, ainda exerce a função de comentarista, no programa Clube da Bola, exibido todos os sábados, das 13h30 às 15h. Também é boleiro na Patota 5ª Tentativa.


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