Multiplan: ocupação dos shoppings segue abaixo do pré-pandemia, mas demanda por espaço justifica expansão, diz CFO






Na Multiplan, a taxa de ocupação dos shopping centers é um dos poucos indicadores que ainda não chegaram ao mesmo patamar anterior ao da pandemia. Terminou 2023 em 96,3%, um nível elevado, mas que ainda não alcançou os 98% do fim de 2019, antes das restrições impostas pela Covid-19. Porém, isso não impede que a companhia continue investindo pesado em expansões, ou descarte a possibilidade de abrir novos shoppings. A empresa enxerga uma forte demanda por espaço dentro dos shoppings, o que ampara as decisões de investimento.

“Há demanda por espaço nos shopping centers, e, mais do que isso: marcas de fora do Brasil, que olham para a produtividade e a dinâmica do mercado brasileiro, estão procurando por espaço dentro dos shoppings”, afirmou Armando D’almeida Neto, vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Multiplan, em entrevista ao Por Dentro dos Resultados (PDR).

“Investimos, em 2023, três vezes mais do que o ano anterior. Foi um ano de acelerar e nos preparar para o crescimento que ainda vem pela frente, no longo prazo”, afirmou. Enquanto concorrentes vendiam participações em centros comerciais, a Multiplan foi pelo caminho inverso, aumentando sua fatia em dois shoppings que já faziam parte de seu portfólio.

A Multiplan administra 20 shopping centers e trabalha em sete expansões no momento. Duas estão previstas para 2024 e as outras cinco devem ser concluídas entre 2025 e 2027. O investimento (a companhia anunciou R$ 1,5 bilhão para os próximos dois anos) vai resultar em uma adição de 70 mil metros quadrados.

Algumas dessas ampliações estavam há anos em compasso de espera, como é o caso da que está em curso no Shopping Morumbi, na zona sul de São Paulo. Quando a expansão foi finalmente anunciada, em dezembro do ano passado, o CFO disse ao IM Business que a empresa estava mais confiante na recuperação do varejo.

“O varejo cresce e, cada vez mais, cresce dentro dos shopping centers”, reforçou na entrevista ao PDR. “Grandes marcas de 20 anos atrás deixaram de existir. Mas o shopping não deixou de existir por causa disso. Pelo contrário, soube trazer novas marcas que ocuparam aquele mercado, aquele nicho”, respondeu, quando foi perguntado sobre as lições deixadas pelo caso Americanas, depois de um ano do escândalo contábil que levou a varejista à recuperação judicial.

Questionado se, além das expansões, a Multiplan tem pretensão de abrir novos shoppings, a resposta do CFO foi positiva. “Sempre. Há muita oportunidade no Brasil. […] Temos mais de 5,5 mil municípios no país e só 244 têm shopping center”, disse. A empresa também não descarta abrir um novo shopping antes que as expansões em curso sejam concluídas. Segundo o executivo, projetos greenfield seguem como uma das principais estratégias da companhia, que “busca oportunidades o tempo todo”.

O executivo explicou que o planejamento de um shopping novo é um exercício de longo prazo, que depende da antecipação de tendências. “É muito difícil prever como vai estar a economia daqui a quatro, cinco anos, para casar com a abertura de uma operação nova com um crescimento robusto. O que nos guia é o consumidor, o que ele precisa, o que ele vai precisar.”

O último shopping aberto pela Multiplan foi o Park Shopping Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, inaugurado em 2021, em plena pandemia. Do período de restrições, o CFO disse que ficou a lição de gerir shoppings com mais eficiência. “Não é à toa que tivemos crescimento de margem em um ano que investimentos bastante”, afirma.

Em 2023, a Multiplan alcançou, pela primeira vez, um lucro líquido bilionário. D’almeida Neto reconhece que o desempenho chegou a um patamar bem elevado. “Vira uma competição de salto e altura, para pular mais alto”, afirmou.

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Fonte : Infomoney

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