Homem que morreu após “peeling de fenol” em clínica de influencer disse que procedimento “doeu demais” Homem que morreu após “peeling de fenol” em clínica de influencer disse que procedimento “doeu demais”

Henrique da Silva Chagas, o homem de 27 anos que morreu enquanto passava por um procedimento estético realizado na clínica Studio Natalia Becker, falou sobre o tratamento com o seu marido pouco antes de morrer, na tarde desta segunda-feira (3).

Segundo divulgado pelo Metrópoles, o boletim de ocorrência do caso revelou que ele afirmou ao marido, que o acompanhava na clínica, que o tratamento com peeling de fenol “doeu demais”. Henrique ainda comentou que a mãe dele, que também havia manifestado interesse em fazer o mesmo procedimento, não aguentaria.

Há um mês, Henrique saiu de Pirassununga, no interior de São Paulo, para conhecer a clínica, que havia encontrado pelas redes sociais. Ele pagou R$4.300 à vista pelo procedimento, de acordo com amigos da vítima ouvidos pela CNN.

O caso aconteceu na clínica da influenciadora Natália Becker, que soma mais de 200 mil seguidores apenas no Instagram.  Natalia passou mal após a constatação do óbito de Henrique no local. Segundo o boletim de ocorrência, a empresária acompanhou todo o socorro ao seu paciente, mas teve uma queda de pressão, que chegou a 9 por 5, com a confirmação da morte, e foi levada para um pronto-socorro na região.

O caso

De acordo com o boletim de ocorrência, o namorado da vítima contou que Henrique queria fazer o procedimento para reduzir marcas no rosto e, após pesquisas, acabou escolhendo a clínica de Natália. De acordo com ele, não foi feito nenhum teste prévio para eventuais alergias. O “peeling de fenol” é indicado para o tratamento de rugas e flacidez, mas também usado para tratar melasma e marcas de acne.

Ainda em depoimento, o companheiro relatou que a vítima teria passado por uma limpeza de pele e uma aplicação de anestésico seguida de uma raspagem para receber o composto orgânico (fenol). Ao fim do procedimento, ele teria sido avisado por Natália que tinha sido “um sucesso” e que Henrique teria “suportado a dor com certa tranquilidade”.

Henrique Chagas teria encontrado a clínica pelas redes sociais. (Foto: Reprodução/ Instagram)

Ao ver o namorado, no entanto, percebeu que ele tremia e estava nervoso. Logo depois, Henrique começou a respirar muito forte pela boca e pediu socorro. Natália e as funcionárias, então, acionaram o serviço de emergência. O SAMU constatou o óbito.

Natália, que estava no estabelecimento, relatou que Henrique teve dificuldade para respirar após o procedimento e pediu ajuda. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) prestou os primeiros socorros. Apesar das tentativas de reanimação, porém, o homem teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.

O perfil da influenciadora na rede social, no entanto, foi desativado com a repercussão do caso. Ao procurar a página, aparece a seguinte mensagem: “Esta página não está disponível. O link em que você clicou pode não estar funcionando, ou a página pode ter sido removida. Voltar para o Instagram”. Em seu site, ela se apresenta como “premiada especialista” com consultórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia.

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Segundo o marido da influenciadora, que é coproprietário da clínica e também compareceu ao local, “o peeling é um procedimento superficial e, por isso, não é exigido nenhum exame anterior”. A médica que prestou socorro informou que clínicas de estética têm autorização para fazer o procedimento, mas que há riscos que precisam de suporte de saúde.

A Secretaria Municipal da Saúde informou que fará uma apuração sobre a ocorrência na Vigilância Sanitária e que, segundo a Subprefeitura de Santo Amaro, o local possui licença de funcionamento. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública em nota, a esteticista está sendo investigada. Nem a clínica, a influenciadora ou seus representantes se manifestaram sobre o assunto até o momento. O caso foi registrado como morte suspeita pela Polícia Civil e a investigação corre como homicídio culposo (sem intenção de matar) pelo 27º Departamento de Polícia (Campo Belo).


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Fonte : Hugo Gloss

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