Julimar Alves da Silva Filho deixou a estatal após ser alvo da Operação Odoacro, que investiga a atuação da empresa Construservice em contratos no estado do Maranhão, alguns dos quais foram financiados por emendas de Juscelino Filho quando ele era deputado.
Segundo a PF, Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP, é sócio da empresa. A polícia afirma que “Juscelino Filho e ‘Eduardo DP’ possuem tentáculos dentro da Codevasf para gerir e desviar recursos”, referindo-se ao fiscal afastado Julimar Alves da Silva Filho.
Quebras de sigilo bancário mostram que Julimar e sua esposa receberam cerca de R$ 250 mil de contas ligadas ao grupo empresarial de Eduardo DP durante o período em que Julimar fiscalizava obras de pavimentação asfáltica.
O Ministério das Comunicações nega qualquer relação de Juscelino Filho com o caso, afirmando que ele apenas indicou emendas parlamentares para obras, cuja licitação e fiscalização são responsabilidade do Poder Executivo.
Além disso, Julimar atuou em obras na cidade de Vitorino Freire (MA), comandada pela prefeita Luanna Rezende, irmã do ex-presidente Lula (PT). Uma dessas obras, financiada por emenda de Juscelino, enfrentou problemas, com grande parte das ruas apresentando buracos e asfalto quase inexistente.
PF também investiga a atuação do gerente da Codevasf em uma obra de pavimentação de estrada que passa por propriedades da família de Juscelino Filho, cujo valor total era de R$ 7,5 milhões.
A Polícia Federal também está investigando a atuação do gerente da Codevasf em uma obra de pavimentação de estrada que passa por propriedades da família de Juscelino Filho. O valor total da obra, que não foi concluída, era de R$ 7,5 milhões.
De acordo com a PF, Julimar emitiu um parecer favorável à aprovação do projeto da obra com uma “justificativa simplista e sem qualquer aprofundamento técnico ou de interesse público”.
Além disso, ele inseriu na Plataforma Brasil um boletim de medição de obra que não condizia com a realidade.
A PF concluiu que Julimar Silva, fiscal da Codevasf, atuou de forma criminosa ao liberar recursos no valor de R$ 1.501.640,00 (correspondente a 20,49% da execução física), enquanto executaram apenas 9,32% da obra, o que equivale a R$ 696.946,68 em termos financeiros.
A investigação que envolve Juscelino Filho está em sua fase final. A PF está apurando três caminhos suspeitos de terem sido utilizados para desviar valores de contratos da Codevasf em benefício do ministro Lula.
Esses caminhos incluem a pavimentação da estrada que beneficiava propriedades de Juscelino, as indicações de pagamentos a terceiros e a contratação de uma empresa que a PF suspeita ser de propriedade do próprio Juscelino.
O ministro foi interrogado no dia 17, mas o depoimento foi interrompido quando ele se recusou a responder às perguntas do delegado responsável pelo caso.
Em uma nota publicada em suas redes sociais logo após deixar a PF, o ministro criticou o método de interrogatório, comparando-o ao modus operandi da Operação Lava Jato, que resultou em consequências prejudiciais para pessoas inocentes.
O ministro depôs por apenas 15 minutos e, segundo Juscelino Filho, o delegado encerrou abruptamente quando seus advogados comunicaram que ele responderia apenas a perguntas relacionadas ao objeto da investigação autorizada pelo STF.
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Fonte:
Paulo Figueiredo