Emerson Luis. Esporte: Oportunidade

Nas poucas horas de folga que tenho durante a semana, mergulho em filmes, séries e documentários.

Dos mais diversos gêneros.

3ª e última temporada de Dom estreou no último dia 24 na Prime Vídeo. Foto: Divulgação

Como a 1ª rodada da Série B teve três jogos no último domingo (26) no mesmo horário (15h), me senti na obrigação de assistir as partidas que não tive condições de acompanhar em tempo real.

Santa Catarina e Atlético Tubarão em Rio do Sul. Foto: Rolf Junior/Santa Catarina

Vi no sábado (25), ao vivo, pelo canal da FCF TV, Santa Catarina 1 x 0 Atlético Tubarão.

O representante de Rio do Sul confirmou o favoritismo (mesmo com um jogador a menos após a expulsão do volante Marcão aos 20 minutos do segundo tempo).

Mostrou conjunto e individualidade.

No entanto, pela expectativa criada com 45 dias de preparação, que incluiu cinco jogos-treino, esperava mais.

Estádio Municipal Alfredo João Krieck recebeu 1513 torcedores. Foto: Rolf Junior/Santa Catarina

O Atlético Tubarão visivelmente estava fora de sintonia.

Sem ritmo de jogo, cansou.

Só que tem um bom time.

Tem tudo para ganhar corpo e confiança dentro da competição e chegar na fase decisiva.

O Metropolitano terá um adversário duro pela frente no próximo domingo (2), às 15h, no Estádio Domingos Silveira Gonzales.

Glédson mostrou segurança no gol do Santa Catarina. Foto: Rolf Junior/Santa Catarina

Horas depois, pela mesma plataforma no Youtube, parei para ver Camboriú 1 x 0 Guarani, direto do Estádio das Nações, em Balneário Camboriú.

Assistindo Camboriú e Guarani pela FCF TV no Youtube. Foto: Emerson Luis

Uma partida bem diferente.

Arrastada, cadenciada, burocrática e chata.

No fim, prevaleceu a imposição física e a experiência da equipe da casa.

Lucas comemora com os companheiros o gol da vitória do Camboriú sobre o Guarani. Foto: Tiago Winter

No dia seguinte estive em Ibirama.

In loco, ao lado do cinegrafista Alexandre de Oliveira, cobrimos para a NDTV, Metropolitano 0 x 2 Blumenau.

Na cabine de Imprensa do Estádio Hermann Aichinger. Foto: Emerson Luis

Jogo feio também.

Pegado, truncado, faltoso.

Edson da Silva apitou Metropolitano e Blumenau. Foto: Richard Ferrari

Nove cartões amarelos distribuídos.

Cinco para o Metropolitano – zagueiros Zemarcio e Raul, meia Pedrinho e os atacantes Perea e Baianinho.

Quatro para o Blumenau – goleiro Pedro Nagel, os zagueiro Lucas e Gabriel e o atacante Sávio (que jogou de volante/meia).

Equipes fizeram um jogo com muitas faltas. Foto: Richard Ferrari

Rodrigo Cascca já havia advertido durante a semana, por conta do pouco tempo de preparação (menos de 20 dias) e da falta de condições para trabalhar (teve uma semana chuvosa que o grupo intercalou academia e treino em campo reduzido), que enfrentaria dificuldades na arrancada.

Mas acredito que ele e muito menos os torcedores imaginavam que seriam tantas.

Lento, pesado, descompassado e sem criatividade, o Metrô foi envolvido pela molecada do BEC.

Sobretudo pela rapidez do rival em recuperar a bola, se recompor e armar o contragolpe.

Meia Luza do Metropolitano tentando a jogada individual. Foto: Richard Ferrari

No fim do jogo, o treinador desabafou:

“A gente sabe da realidade. A gente não tem como tapar o sol com a peneira. A gente já viu torcedor xingando, brigando, gritando…Se alguém não fizer alguma coisa pelo Metropolitano vai ser assim. Eu, sinceramente, aceitei o desafio, aceitei ter vindo, mas eu não vou mentir, eu vou falar a realidade. Hoje a gente entrou em campo com nossos 11 titulares com um valor de R$ 35 mil (folha mensal). No segundo tempo eu fiz uma conta rápida e nós tínhamos R$ 6 mil em campo”.

Elenco do Metropolitano. Foto: Richard Ferrari

O Metropolitano precisa melhorar muito (muito mesmo) se quiser chegar entre os seis primeiros colocados que se classificam para o mata-mata.

Contudo, convenhamos, Cascca não deixa de ter razão.

Não dá para fazer mágica – nenhum técnico vai fazer.

Mesmo com a promessa da chegada de três reforços na próxima semana – um lateral esquerdo, um volante e um atacante.

Disputa de bola em, Ibirama no gramado da Baixada. Foto: Richard Ferrari

O Blumenau, por sua vez, surpreendeu.

Manteve seis jogadores do Fluminense de Joinville e buscou os reforços no nosso mercado mesmo e no Paraná.

A maioria, molecada.

Grupo do Blumenau. Foto: Richard Ferrari

Victor Rosa, lateral esquerdo, é o mais experiente: 25 anos.

A média de idade dos titulares é de 21 anos – a mesma dos 9 reservas, que estiveram em Ibirama.

Contra 28 anos dos 11 do Metropolitano que começaram o jogo – incluindo os 11 jogadores que ficaram no banco, a média de idade fica em 25 anos.

399 pagantes assistiram o clássico no Alto Vale. Foto: Richard Ferrari

Se nenhum problema extracampo atrapalhar, como salário atrasado (e isso vale para todos), o tricolor tem tudo para incomodar e até se classificar depois do que observei nos cinco duelos.

Pois Atlético Catarinense 1 x 1 Carlos Renaux foi sofrível.

O clube de São José, que está mandando seus jogos no Estádio Mário Balsini, em Criciúma, já é um candidato ao descenso.

A equipe de Brusque, por sua vez, também não empolgou.

Acompanhando pela televisão, Atlético Catarinense e Carlos Renaux. Foto: Emerson Luis

O BEC vai ter neste domingo (2), às 15h, no Estádio João Marcatto, em Jaraguá do Sul, a chance real de somar mais três pontos.

Embora o gramado deva estar bem judiado.

Já estava na vitória de 3 x 2 do Juventus sobre o Caravaggio.

No melhor e mais equilibrado jogo da rodada.

Juventus e Caravaggio fizeram um jogo muito equilibrado. Foto: Emerson Luis

O Juventus foi quem mais me impressionou (a exceção é o sistema defensivo).

Os cerca de 40 dias de pré-temporada foram suficientes para o técnico Gelson Conte armar um time habilidoso, ágil (do meio para frente) e competitivo.

Prova em contrário, é favorito ao acesso.

O Caravaggio é outro que mostrou virtudes.

Vai brigar por vaga.

Juventus e Caravaggio em Jaraguá do Sul. Foto: Fabrício Júnior/JDV

Me pergunto se não estou sendo exigente demais.

Foi só o começo.

A tendência, no geral, é melhorar.

Mesmo assim, tem coisa que não muda.

Como o passe, o trivial.

Foi o fundamento que mais me assustou.

Além da ligação direta.

O famoso chutão!

Vitor Gabriel no campo do Fluminense de Itaum. Foto: BEC

Acredito que a entrevista que fiz com Vitor Gabriel, que foi o autor do golaço de fora área em Ibirama, diz muito sobre o momento.

“Eu estava em casa, sem clube, pedindo a Deus para que aparecesse uma oportunidade, um clube para disputar, um clube para competir, para voltar ao cenário. E Deus abriu essa porta”.

O volante, revelado no Atlético Tubarão, não tinha jogado este ano.

Em 2023, disputou a 3ª divisão do Paraná pelo Prudentópolis.

Zagueiro e volante foi anunciado em setembro no time do Paraná. Foto: Prudentópolis

Igual a ele temos vários jovens que passaram e ainda enfrentam o mesmo drama.

Bem como veteranos em fim de carreira.

Isso não é exclusividade nossa.

Existe em qualquer lugar com divisão inferior.

Camboriú e Guarani no Estádio das Nações. Foto: Tiago Winter.

Milhares de atletas e clubes ligados a empresários.

Que precisam colocar seus produtos na vitrine.

Santa Catarina e Atlético Tubarão. Foto: Rolf Junior/Santa Catarina

Um depende do outro.

E uma mão só vai lavar a outra se os dois alcançarem os mesmos objetivos.

Metrô e BEC em Ibirama. Foto: Leandro Izidoro

Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009 no Ibes/Sociesc. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de repórter/setorista na Rádio Unisul – atual CBN. Atualmente é apresentador, repórter, produtor e editor do quadro de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Na mesma emissora filiada à TV Record, ainda exerce a função de comentarista, no programa Clube da Bola, exibido todos os sábados, das 13h30 às 15h. Também é boleiro na Patota 5ª Tentativa.      

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