Na Argentina, deputados e advogados denunciam condições dos presos do 8/1

Parlamentares de direita se somaram a advogados de associação que presta assistência a familiares dos manifestantes detidos no protesto

Câmara da Argentina realizou uma audiência, nesta quinta-feira, 30, para ouvir denúncias sobre a situação dos presos do 8 de janeiro.

Convidados pela parlamentar María Celeste Ponte, da base do presidente Javier Milei, compareceram os advogados Carolina Siebra, Ezequiel Silveira e Luciano Cunha, da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav), além dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Julia Zanatta (PL-SC), Marcel van Hattem (Novo-RS) e Rodrigo Valadares (União Brasil-SE).

Não só os manifestantes do 8/1 foram citados, mas também o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Van Hattem lembrou dos Twitter Files Brasil, o qual, conforme o parlamentar, gerou indignação em vários países. O escândalo revelou troca de e-mails entre funcionários da big tech, nos quais Moraes, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, mandou censurar contas de pessoas de direita e de aliados de Jair Bolsonaro.

Julia acrescentou que, atualmente, o “Judiciário protege o governo Lula em várias decisões”. “O modelo é o mesmo na Venezuela”, observou a parlamentar. “Precisamos estar cada vez mais unidos, atentos e vigilantes em prol da liberdade, conquistada por pessoas com coragem ao longo tempo.”

Já Bolsonaro ressaltou a importância da eleição norte-americana neste ano, com a possibilidade real de Donald Trump voltar à Casa Branca. Segundo o deputado, a vitória do republicano é importante para enfraquecer o “sistema” em vigor no país. O parlamentar lembrou de alguns recuos de Moraes, como o arquivamento de um caso contra seu pai. “Temos a responsabilidade de pôr um basta nisso tudo”, disse. “Somos os representantes da liberdade.”

Associação em prol do 8 de janeiro

Há pouco mais de 20 dias, a Asfav esteve no Congresso dos Estados Unidos, onde entregou um relatório sobre a situação dos presos ao deputado republicano Chris Smith. Antes, a Asfav esteve também no Parlamento Europeu.

De acordo com o documento, as pessoas detidas em virtude do protesto foram privadas do direito pleno à defesa e ficaram em condições sub-humanas na Papuda e na Colmeia.

Dessa forma, a Asfav citou vários casos, entre eles, o do empresário Cleriston da Cunha, morto devido a um mal súbito, depois de sucessivos pedidos de liberdade ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Agora, na Argentina, a Asfav vai encaminhar às autoridades evidências da situação dos presos, inclusive dos condenados que deixaram o Brasil. Assim sendo, o país pode analisar os casos, na hipótese de haver pedido de asilo político.

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Fonte:
Paulo Figueiredo

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