Anomalia que pode impactar satélites está crescendo; entenda os riscos

Uma anomalia magnética no Oceano Atlântico Sul, em uma faixa territorial que abrange o sul e o sudeste do Brasil, está crescendo, segundo dados do mais recente relatório publicado neste ano pelo governo dos Estados Unidos. “A anomalia está se aprofundando e se movendo para o Oeste e aumentou cerca de 5% nesse período. Esse contorno se aproxima da região onde é mais provável que ocorram danos por radiação nos satélites”, afirmaram os autores no relatório.

Em resumo, o campo magnético terrestre, também chamado de campo geomagnético, está com um “buraco” centralizado no Brasil, que se configura como a Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS). É uma região onde a intensidade do campo magnético terrestre é significativamente mais fraca do que em outras partes do planeta.

Uma das principais contribuições do campo magnético terrestre para a manutenção da vida na Terra é a proteção contraventos solares e radiação cósmica. As partículas em alta velocidade vindas do Sol e de outras regiões do espaço podem até mesmo danificar estruturas do DNA, mas são impedidas de entrar na atmosfera pelo campo magnético terrestre.

Com o fenômeno, regiões do globo ficam desprotegidas. O doutor em Física Marcel Nogueira, que pesquisou a anomalia no Observatório Nacional (ON), disse à Agência Brasil que satélites que passam pela região precisam “ficar em stand by, desligar momentaneamente alguns componentes para evitar a perda do satélite, de algum equipamento que venha a queimar”. Isso porque a radiação, principalmente elétrons, nessa região é muito forte.

A causa exata da AMAS ainda não é completamente compreendida, mas os cientistas acreditam que ela está relacionada a movimentos no núcleo externo da Terra, onde correntes de ferro líquido geram o campo magnético do planeta. Alguns pesquisadores sugerem que a presença de grandes correntes convectivas ou até mesmo uma possível reversão do campo magnético terrestre podem estar envolvidas.

Por que as pessoas devem se preocupar?

  1. Impactos na tecnologia e comunicações: A fraqueza do campo magnético na AMAS pode causar interferências em satélites de comunicação, sistemas de navegação por GPS e outras tecnologias sensíveis à radiação. Isso pode afetar comunicações, sistemas de posicionamento global e até mesmo redes elétricas.
  2. Segurança de voo: A AMAS pode aumentar os níveis de radiação em altitudes elevadas, o que pode representar um risco para tripulações de aeronaves e passageiros. Companhias aéreas e agências reguladoras devem estar cientes desse risco ao planejar rotas e operações de voo. Porém, ainda está em estudos a real possibilidade de impactos.
  3. Pesquisa espacial e geofísica: A compreensão da AMAS é crucial para a pesquisa espacial e geofísica. Ela oferece insights sobre a dinâmica do campo magnético terrestre e pode ajudar os cientistas a prever e mitigar os efeitos de eventos extremos, como tempestades solares.
  4. Potencial reversão do Campo Magnético: Alguns especialistas sugerem que a AMAS pode ser um sinal de que o campo magnético da Terra está se preparando para uma reversão polar. Embora isso não represente uma ameaça imediata, uma reversão magnética significativa poderia ter impactos significativos na tecnologia, clima e ecossistemas terrestres.

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