Enchentes atingiram 200 mil veículos no RS; veja como é o conserto

As inundações causadas pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul levaram à perda de aproximadamente 200 mil automóveis, segundo estimativas da consultoria Bright Consulting. Além disso, o setor industrial automobilístico também sofreu impactos significativos.

A frota circulante no RS é composta por 2,8 milhões de veículos, conforme dados da Sindipeças. “É razoável considerar que 5 a 10% desses veículos estejam inutilizados”, afirma o artigo da consultoria.

Após a cheia de setembro de 2023, o Agora no Vale publicou uma matéria destacando os danos causados pela enchente em carros e os desafios para recuperá-los.

Segundo disse Felipe Mendes, engenheiro mecânico e de automóveis em Estrela, os carros atingidos por enchentes sofrem danos em várias partes, especialmente na parte mecânica e nos sistemas eletrônicos. Os principais problemas mecânicos estão relacionados aos fluidos do veículo, que são contaminados pela água e pelo barro, necessitando de uma limpeza completa, drenagem e substituição de fluidos e filtros. “Felizmente, a parte mecânica geralmente pode ser recuperada”, diz Felipe.

No entanto, ele alerta que o maior desafio reside nos componentes eletrônicos e elétricos do veículo, que não estão projetados para resistir à exposição à água. “Os equipamentos na parte interna do veículo são especialmente vulneráveis, enquanto algumas centrais na parte externa podem ser protegidas contra a água”.

Isso resulta em danos rápidos e muitas vezes irreparáveis a componentes como painel, módulos de carroceria, módulos de airbag e módulos de conforto. Felipe menciona que esses componentes, muitas vezes ainda energizados, aceleram a oxidação e aumentam a probabilidade de danos, tornando a substituição a única solução viável na maioria dos casos. Isso também se aplica a toda a parte elétrica do veículo, incluindo vidros elétricos e outros dispositivos.

Ele ressalta que, mesmo após a limpeza e reparos iniciais, podem surgir problemas adicionais no futuro devido a partes do veículo que não foram verificadas no momento. “É crucial que os clientes estejam cientes dessa possibilidade e estejam preparados para eventuais problemas posteriores”, relata o especialista.

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