Eleições nos EUA: o que são os delegados e como funciona o voto indireto

Os Estados Unidos se preparam para eleger o próximo presidente em novembro de 2024. Enquanto Joe Biden busca a reeleição pelo partido Democrata, Donald Trump tem quase garantida a vaga para disputar o pleito pelo partido Republicano.

Diferente do Brasil, a eleição presidencial nos EUA acontece de maneira indireta, ou seja, em vez de a população votar diretamente no candidato que quer eleger para a Presidência, acaba elegendo os “delegados” do partido em um estado.

Entenda abaixo o que são os delegados e como funciona o voto indireto nos Estados Unidos.

O que é a votação indireta nos EUA?

Na votação indireta, as pessoas elegem os “delegados” (uma figura eleitoral) e são eles quem escolhem as pessoas que vão ocupar cargos políticos.

Nos EUA, esse sistema é utilizado tanto nas eleições primárias (a disputa entre os pré-candidatos) quanto nas gerais (quando participam somente um candidato de cada partido).

O que são os delegados?

Os delegados são uma figura eleitoral, representantes que votam seguindo a vontade dos eleitores de cada estado. Geralmente, são indivíduos engajados politicamente e membros ativos dos partidos.

Conforme estabelecido na Constituição dos Estados Unidos, os norte-americanos votam nos candidatos à Presidência e, de acordo com o número de votos obtido em cada estado, estes recebem os votos de delegados correspondentes à região.

Esses representantes, então, se reúnem nos respectivos estados e votam para presidente e vice-presidente. Os delegados compõem o Colégio Eleitoral.

O delegado de um partido pode votar no candidato adversário?

Sim. Embora isso seja raro, os delegados de um partido podem votar no candidato adversário.

Isso já aconteceu anteriormente, mas a ação com certeza geraria muito descontentamento dentro do partido.

Quantos delegados um candidato precisa para vencer?

Um candidato à Presidência dos EUA precisa conquistar ao menos 270 delegados.

Esse número representa a maioria dos 538 eleitores que compõem o Colégio Eleitoral, o sistema que a Constituição dos EUA descreve para que seja eleito o presidente.

Delegados vinculados x desvinculados

A maioria dos delegados é obrigada a estar “vinculada” (o termo republicano) ou “comprometida” (o termo democrata) a um determinado candidato que se dirige à convenção.

Por exemplo, os 26 delegados “vinculados” que o ex-presidente Donald Trump garantiu no caucus de Nevada vão necessariamente votar nele quando a convenção do partido Republicano acontecer.

Mas uma parcela muito pequena de delegados em certos estados e territórios do lado republicano está “desvinculada”. Esses poucos delegados podem apoiar quem quiserem quando chegarem à convenção.

O que é o Colégio Eleitoral nos EUA?

É o grupo de pessoas que “confirma” o voto da população.

Na maioria dos estados, o candidato à Presidência que receber a maioria do voto popular leva todos os delegados, independente da diferença percentual – processo conhecido como “winner takes all” (o vencedor leva tudo).

As exceções são Maine e Nebraska, que dividem alguns dos votos eleitorais.

Como é composto o Colégio Eleitoral?

O Colégio Eleitoral dos Estados Unidos é composto por 538 delegados, sendo um para cada membro da Câmara dos Deputados (435) e do Senado (100), e mais 3 no Distrito de Columbia.

O número de delegados em disputa em cada estado é determinado de acordo com informações populacionais do Censo e a representação no Congresso do país.

O que acontece se ninguém conseguir 270 delegados?

Se por um acaso nenhum candidato atingir esse número ou se os dois candidatos chegarem exatamente a 269 votos cada um, a Câmara dos Deputados decide quem será o novo presidente, entre os três candidatos que obtiveram mais votos, em uma nova e diferente votação.

Nesse caso, vale ressaltar que os deputados que definem o presidente não são os que já estão no cargo, e sim os que forem eleitos em novembro.

Apenas duas vezes na história dos Estados Unidos o presidente foi escolhido pela Câmara: em 1800 e 1824.

Um candidato pode ganhar no voto popular e perder no Colégio Eleitoral?

Sim. Isso acontece porque são atribuídas quantidades diferentes para cada estado, fazendo com que alguns tenham mais peso do que os outros. Por exemplo, Wyoming tem apenas 3 delegados, enquanto a Califórnia tem 55.

Essa situação já aconteceu cinco vezes no país, sendo a mais recente em 2016, quando o Donald Trump foi eleito no Colégio Eleitoral, apesar de a democrata Hillary Clinton ter recebido mais votos da população.

O mesmo aconteceu em 2000, com o republicano George W. Bush, que venceu o democrata Al Gore, e também nos anos de 1824, 1876 e 1888.

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Fonte : CNN BRASIL

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