Oferta de crédito barato vai reduzir recuperação judicial de agricultores, diz Alckmin

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira (4) que o caminho para diminuir o avanço dos pedidos de recuperação judicial por produtores do agronegócio está no aumento de oferta de crédito barato.

“Sobre o momento de recuperação judicial dos produtores, nós temos dois desafios: aumentar oferta crédito e a outra ter é crédito mais barato. Então, tudo que a gente puder reduzir risco e reduzir insegurança jurídica, vai possibilitar um crédito mais barato e uma oferta maior”, disse.

Alckmin deu esta declaração em um evento que teve o foco o agronegócio e organizado pela gestora financeira Galápagos Capital, na Zona Oeste de São Paulo.

O assunto gerou repercussão quando Paulo Sousa, CEO da unidade brasileira da trading e processadora de grãos Cargill, disse que uma recente onda de pedidos de recuperação judicial por agricultores representa uma preocupação na agricultura.

“Há uma onda de recuperações judiciais, uma novidade jurídica que traz muita preocupação ao setor”, disse Sousa.

Os comerciantes brasileiros têm se tornado cada vez mais preocupados com o problema.

O aumento dos casos de recuperação judicial de agricultores, que afeta a entrega de grãos vendidos, também pode prejudicar a capacidade dos comerciantes de concluir programas de exportação, afirmou no mês passado a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

Para Alckmin, uma das saídas para que a oferta de crédito aumente está no Marco Legal de Garantias.

“Conversei com especialistas e eles disseram que, da mesma maneira que o Marco Legal de Garantias vai tornar o crédito para, por exemplo, veículos mais barato, isso reduz o spread. Mas a gente precisa também verificar outras maneiras de reduzir [o crédito]”, declarou vice-presidente.

Além disso, Alckmin disse ainda que o produtor rural deve buscar conhecimento jurídico para não correr risco de pedir recuperação judicial para seus negócios.

“E aqui precisamos trazer mais segurança jurídica. É uma tese a ser discutida”, defendeu.

*Com informações da Reuters

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Fonte : CNN BRASIL

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