‘Esse cheiro não é de animal’: água no Sul está contaminada por corpos apodrecendo dentro de casas

Durante uma reportagem do programa Alerta Brasil da Rede Record nesta segunda-feira (13) a jornalista Bruna Lima, que acompanhou uma operação de resgate do Corpo de Bombeiros em São Leopoldo, região metropolitana de Porto Alegre, relatou que um dos integrantes dos bombeiros, um especialista em mergulho aquático, afirmou que o cheiro forte que vem das águas não são provenientes da carcaça de animais mortos, mas, sim, da decomposição de corpos humanos que estariam apodrecendo submersos.

“Era uma equipe de resgate especializada”, disse a jornalista. “Eles disseram que reconhecem esse cheiro, não é de animal. De baixo dessa água, infelizmente, eles acreditam que de fato pessoas ficaram (presos na água)”.

O cheiro desagradável a que o especialista em resgate se referiu é proveniente do líquido denominado Necrochorume, um líquido viscoso marrom originado da decomposição de cadáveres.

Nessa altura, corpos submersos já estariam na fase de putrefação, que é quando ocorre a ruptura dos tecidos e órgãos que produzem gases, gerando o Necrochorume.

Com cerca de 238 mil habitantes, segundo o último censo de 2020, São Leopoldo foi uma das regiões mais afetadas pelas enchentes. O cenário do município é de devastação, com destroços espalhados por todo o canto, bairros inteiros inundados, lama, tumultos e insegurança.

No sábado passado, quando a água invadiu a Feitoria, a prefeitura municipal de São Leopoldo decretou uma situação de emergência pública. Naquela madrugada, o rio dos Sinos, que corta e abastece o município, atingiu a marca de 8,2 metros, um recorde histórico.

Aproximadamente 180 mil habitantes da cidade foram afetados direta ou indiretamente pelas inundações, o equivalente a 75% da cidade. Destes, 12 mil estão em abrigos espalhados pelo município e outras 100 mil estão desabrigadas.

Grande parte do restante da população precisou evacuar para buscar abrigos em parentes e amigos que moram nas regiões não afetadas de cidades próximas.

Até o momento, ao menos 116 pessoas morreram e outras 143 estão desaparecidas, segundo a Defesa Civil do estado. No entanto, devido à gravidade da situação, muitos moradores e voluntários questionam esses números.

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