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A demissão de Fábio Wajngarten do PL, anunciada nesta semana, expôs um ambiente de desconfiança crescente em torno do ex-secretário de Comunicação da Presidência. A decisão aconteceu após a revelação de mensagens privadas em que ele critica a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e expressa, em tom irônico, preferência pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As mensagens vieram à tona após o acesso do UOL ao celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que continha mais de 158 mil conversas e 20 mil arquivos. Em uma delas, Wajngarten compartilha com o advogado Frederick Wassef uma reportagem do Metrópoles que critica Michelle. O título da matéria, “‘Teimosa’, ‘medíocre’, ‘falsa crente’: os petardos de um auxiliar de Bolsonaro contra Michelle”, foi elogiado por Wajngarten, que escreveu: “Não sei quem foi. Irei descobrir e cumprimentá-lo.”
Segundo o Poder360, ao ser procurado por Wassef, Wajngarten teria admitido ser o autor dos comentários. Procurado pela reportagem, não respondeu sobre o caso.
A revelação somente aumentou suspeitas antigas entre integrantes do governo Bolsonaro. Assessores e ex-integrantes da Secom relataram ao Poder360 que havia desconfiança de que Wajngarten colaborava com a imprensa no vazamento de informações prejudiciais a membros do governo. Segundo uma fonte ouvida sob reserva, ele era chamado de “maçarico” nos bastidores — apelido atribuído a seu suposto hábito de “queimar todo mundo”.
Em outra conversa divulgada, Wajngarten responde a Mauro Cid que também preferia Lula, após Cid comentar negativamente uma eventual candidatura de Michelle à Presidência da República. O diálogo ocorreu em janeiro de 2023, quando o PL ainda cogitava lançar a ex-primeira-dama como plano alternativo para 2026.
Além das mensagens, Wajngarten enfrenta desgaste por seu envolvimento no inquérito das joias sauditas, no qual foi indiciado em 2024 junto com Jair Bolsonaro, Wassef e outros aliados.

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Fonte : Hora Brasilia