Análises laboratoriais apontaram excesso de impurezas, matérias estranhas e micotoxinas em lotes das marcas Melissa, Pingo Preto e Oficial
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) classificou como impróprios para consumo três lotes de produtos comercializados como “pó para preparo de bebida sabor café”, também conhecido como “café fake”. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (23) e envolve as marcas Melissa, Pingo Preto e Oficial.
Produtos continham impurezas acima do permitido
De acordo com análises laboratoriais, os produtos apresentaram níveis superiores aos permitidos de matérias estranhas, como pedras, areia, grãos e sementes, além de impurezas como folhas, galhos e cascas. A legislação brasileira permite até 1% de impurezas nos cafés torrados e moídos, índice ultrapassado pelos lotes avaliados.
As amostras também apontaram a presença de micotoxinas em concentrações acima do limite estabelecido. Essas substâncias são tóxicas e podem representar riscos à saúde, principalmente se consumidas com frequência.
Café já havia sido desconsiderado como alimento
Em abril, os produtos dessas marcas já haviam sido desconsiderados como alimentos pelo Mapa, por não atenderem aos critérios mínimos de qualidade exigidos para o café torrado e moído no Brasil. Mesmo assim, continuaram sendo comercializados com o rótulo “pó para preparo de bebida sabor café”, uma forma genérica de identificar um produto que não segue o padrão tradicional da bebida.
Como identificar o “café fake” no supermercado
Especialistas recomendam atenção redobrada ao adquirir café nos supermercados. Veja as principais dicas para evitar o consumo de produtos adulterados:
- Verifique se o rótulo traz a descrição “café torrado e moído”
- Desconfie de preços muito abaixo da média
- Leia os ingredientes: o único componente deve ser grão de café
- Evite produtos com cevada, milho ou aromatizantes
- Prefira marcas com selos de qualidade ou certificações reconhecidas
- Cuidado com embalagens genéricas ou imitações de marcas famosas
Fiscalização segue reforçada pelo Ministério da Agricultura
A fiscalização do Mapa tem sido intensificada nos últimos meses devido ao aumento de denúncias e irregularidades envolvendo o “café fake”. O objetivo é proteger o consumidor e preservar a credibilidade do mercado cafeeiro brasileiro, um dos maiores produtores e exportadores do mundo.
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