Com salário de R$ 215 mil, Michelle Ramalho muda estatuto da FPF e pode se reeleger ‘infinitamente’

Siga nosso Instagram @radiopiranhas

A presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Michelle Ramalho, está pavimentando um caminho sem fim no comando da entidade. Com um salário mensal de R$ 215 mil, além de um generoso pacote de benefícios que inclui até 16 salários por ano, Michelle articulou e conseguiu aprovar uma mudança no estatuto da FPF que permite reeleições ilimitadas para a presidência da federação.

A alteração estatutária foi registrada em cartório no último dia 13 de maio e segue uma diretriz da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), aprovada em 2024, sob a presidência de Ednaldo Rodrigues. A nova regra coloca fim ao limite de uma reeleição previsto no antigo estatuto da FPF, de 2018.

Agora, segundo o novo artigo 58 do estatuto da federação, o mandato segue com duração de quatro anos, mas com “permissão para reeleições ilimitadas, sem qualquer restrição quanto ao número de vezes que o mesmo ocupante do cargo possa ser reconduzido”. Isso significa que Michelle poderá se manter no poder por tempo indeterminado, desde que continue vencendo eleições internas — cuja transparência é, no mínimo, questionável.

A mudança ocorre em meio à campanha de Michelle para vice-presidente da CBF, na chapa única encabeçada por Samir Xaud, presidente da Federação de Roraima. Caso eleita, ela se tornará uma das figuras mais influentes do futebol nacional, justamente em um momento em que a CBF e suas filiadas enfrentam sérias denúncias de má gestão e concentração de poder.

Segundo reportagem da Revista Piauí, Michelle Ramalho é um dos principais exemplos da farra financeira que tomou conta da CBF e das federações estaduais. Além do salário elevado — que já foi de cerca de R$ 50 mil antes da gestão de Ednaldo Rodrigues —, os presidentes de federações estaduais recebem benefícios como 13º, 14º, 15º e até 16º salários, passagens em classe executiva, hospedagens de luxo e viagens para eventos internacionais com todas as despesas pagas.

A permanência quase vitalícia de Michelle Ramalho na presidência da FPF escancara um modelo de gestão feudal, onde poucos mandam e muitos se beneficiam. A ausência de limites e fiscalização efetiva transforma federações em verdadeiros feudos políticos, blindados por estatutos feitos sob medida para seus dirigentes.

Enquanto o futebol paraibano segue carente de investimentos estruturais, transparência e renovação, sua principal dirigente assegura para si um reinado milionário e sem data para terminar.

Resta saber: até quando os clubes, torcedores e autoridades vão aceitar essa “bola nas costas” da democracia?

source
Fonte

Politica da Paraiba

Adicionar aos favoritos o Link permanente.