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Os artistas itinerantes do teatro, da dança e do circo já estão de malas prontas. É chegada a hora da temporada 2025 da Caravana Interatos, iniciativa da Funesc (Fundação Espaço Cultural da Paraíba) que adentra os rincões do interior da Paraíba com uma programação que inclui apresentações artísticas e oficinas culturais. A primeira parada é hoje, às 19h30, na praça São Luiz, em Nazarezinho, com o espetáculo circense Brincando de Ser Brincante, da Família Los Iranzi. Amanhã a Caravana estará às 20h em Aparecida, na praça João Vital, com o Grupo Teatro Oficina de Sousa, apresentando O Palhaço da Perna de Pau. Os eventos são abertos ao público.
Também amanhã o Grupo Teatro Oficina ministra a oficina de teatro de rua “Expressão e Performance no Espaço Público” — das 8h às 12h e das 13h às 17h. De acordo com Luiz Cacau, fundador da companhia de teatro sousense e diretor da peça, a atividade busca “reconhecer o território da rua como ponto de interpretação para diversas modalidades da arte, como teatro, poesia e música”.
A narrativa de O Palhaço da Perna de Pau surgiu em uma roda de conversa, intitulada por Cacau de “terremoto de ideias”. Segundo ele, a história nasceu do relato de Edileuza Santos, integrante da trupe, que na infância se encantava com o palhaço do circo, mas nunca o via atuar na perna de pau. “Essa memória deu o pano de fundo para construirmos um espetáculo que mistura lembranças e números de palhaçaria”, explica o diretor.
O elenco conta com Alexandre Formiga (palhaço Funaré), Luiz Cacau (palhaço Labacé), Reginaldo Sulino (palhaço Caboré) e Edileuza Santos (palhaça Zangada). As músicas que embalam a palhaçaria são baseadas no imaginário circense, tocadas ao vivo pelos artistas.
Criado nos anos 1980, o Grupo Teatro Oficina sempre se manteve ativo e envolvido em produções artísticas, formação de novos talentos e aperfeiçoamento das técnicas de teatro. “Trabalhamos com a linha de teatro de rua e também com palco italiano”, descreve Luiz. “É um grupo que tem lutado pelas leis de incentivo à cultura do estado da Paraíba e dialogado com os movimentos culturais do país inteiro em busca de democratizar a cultura”.
Além do teatro, a companhia explora outras linguagens artísticas, como o cinema, tendo realizado alguns curtas-metragens. E chegaram a ocupar o Cine Gadelha de Sousa na década de 1990, recuperando equipamentos para fazer a telona da cidade voltar à ativa após 10 anos de fechamento.
Para Luiz Cacau, o momento é precioso para as artes no sertão, com a retomada da Federação Paraibana de Teatro, outrora criada com o intuito de interiorizar as artes cênicas. “A gente espera poder contribuir com a política cultural do estado nessa reconstrução do teatro paraibano”, conclui.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 23 de maio de 2025.
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A União