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A cantora Daniela Mercury intensificou nesta semana a cobrança ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo prosseguimento da queixa-crime por difamação movida contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A ação, ajuizada em junho de 2022, permanece parada, sem que o parlamentar tenha sido sequer formalmente notificado — fato que a defesa da artista considera inaceitável e um símbolo da morosidade judicial quando o réu é um membro influente da elite política.
A artista acusa Eduardo Bolsonaro de divulgar, em sua conta na rede X (antigo Twitter), um vídeo editado com uma fala falsamente atribuída a ela. O conteúdo, postado em abril de 2022, levava a legenda “O BRASIL NÃO MERECE ISSO” e sugeria que Daniela teria dito: “Jesus Cristo era gay, gay, gay, muito bicha, muito veado, sim!”. Segundo a defesa da cantora, a frase foi tirada de contexto e jamais foi dita dessa forma — na ocasião, Mercury fazia referência ao cantor Renato Russo durante um protesto artístico realizado em 2018.
O caso foi inicialmente aberto na 20ª Vara Criminal de São Paulo, mas foi remetido ao STF por conta do foro privilegiado de Eduardo. Desde então, mesmo com parecer favorável do Ministério Público Federal à continuidade do processo e recomendação de notificação, o deputado segue sem apresentar defesa. Em fevereiro de 2023, o ministro Nunes Marques acolheu o pedido da PGR e determinou a notificação. Nada aconteceu desde então.
Oficiais de Justiça relataram seguidas tentativas fracassadas de localizar o parlamentar tanto em Brasília quanto em São Paulo. Ele não foi encontrado em seu gabinete e tampouco respondeu a ligações, mensagens ou e-mails institucionais. Para a equipe de Mercury, a situação beira o absurdo. “É inconcebível que uma figura pública com endereço funcional e gabinete ativo consiga se esquivar por dois anos de uma simples notificação judicial”, afirmou um dos advogados da cantora.
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Fonte : Hora Brasilia
