Escritórios das esposas de ministros do STF entram na mira de Donald Trump

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A ameaça do governo Donald Trump de aplicar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), está longe de ser um gesto isolado. Segundo fontes da diplomacia americana e da Casa Branca, outros magistrados da Corte e seus familiares — especialmente esposas advogadas — também estão sob avaliação. A justificativa: boa parte da renda familiar dos ministros viria da atuação jurídica de suas cônjuges.

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A informação aprofunda a crise diplomática em gestação entre o Brasil e os Estados Unidos e amplia a dimensão do ataque institucional ao Judiciário brasileiro, já sob tensão com o avanço de processos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tramar um golpe de Estado.

Além de Moraes, ministros como Cristiano Zanin, Dias Toffoli e Gilmar Mendes também entraram no radar de Washington. Suas esposas são advogadas com carreira consolidada no Brasil, e a tese ventilada pela equipe de Trump é que sanções patrimoniais — como bloqueio de bens e suspensão de vistos — poderiam ter maior efeito se atingirem o núcleo familiar.

A menção à Lei Magnitsky, usada pelos EUA para sancionar autoridades estrangeiras acusadas de corrupção e violações de direitos humanos, eleva o tom da ameaça a um novo patamar, com consequências jurídicas, financeiras e diplomáticas. Segundo o senador Marco Rubio, secretário de Estado em um eventual novo governo Trump, há “grande possibilidade” de que Moraes seja o primeiro a ser sancionado.

Paralelamente, o Congresso americano avançou em um projeto para cassar o visto do magistrado — algo sem precedentes em relação a autoridades de um país democrático e parceiro diplomático como o Brasil.

Apesar da ofensiva, ministros do STF — sob reserva — afirmaram à imprensa que não pretendem recuar. As investigações sobre o uso de redes sociais para desinformação, bem como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, seguirão conforme o cronograma jurídico. A avaliação majoritária é que ceder à pressão externa seria abrir um perigoso precedente de interferência sobre o Judiciário brasileiro.

“Não é a Casa Branca que define o que é constitucional no Brasil. E não são sanções estrangeiras que vão determinar o voto de um ministro do STF”, comentou um interlocutor da Corte.

O escritório Zanin Martins, por sua vez, emitiu nota pública em defesa da atuação de Valeska Zanin Martins, esposa do ministro Cristiano Zanin, destacando seus 25 anos de carreira e milhares de processos registrados em sua atuação jurídica.

“A base de dados do portal Jusbrasil registra 5.433 menções a processos em que atuou e atua. Na base de jurisprudência desse repositório, tem 1.256 citações à advogada”, informou o escritório.

Para o governo Lula, a iniciativa de Trump e seus aliados é uma tentativa de internacionalizar uma disputa interna do Brasil, encampada por conservadores que buscaram abrigo político no exterior. A ordem no Itamaraty continua sendo reagir com firmeza, mas evitar escalar a crise pela mídia.

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Fonte : Hora Brasilia

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