“Pergunte-me sobre pré-eclâmpsia” : 22/5 – Dia Mundial da Pré-eclâmpsia 2025

 

O Dia Mundial da Pré-eclâmpsia, 22 de maio, é uma data comemorativa que objetiva aumentar a conscientização sobre esse distúrbio hipertensivo da gravidez que pode ser fatal.

Em alguns países, maio é marcado como mês de conscientização sobre a pré-eclâmpsia.

 

Com o tema “Pergunte-me sobre pré-eclâmpsia” para a campanha 2025, a Preeclampsia Foundation, promotora do Dia Mundial, pretende mostrar que ao pronunciar o termo pré-eclâmpsia pode-se dar início a conversas importantes sobre a condição. Muitas pessoas passaram pelo problema ou têm amigos e familiares que o vivenciaram.

Médicos ou pesquisadores também têm muito o que falar sobre o assunto, como por exemplo: por que a pré-eclâmpsia e outros distúrbios hipertensivos ainda não são completamente compreendidos mesmo ocorrendo em 5% a 8% de todas as gestações; lamentarão que se tenha poucas opções além do histórico médico e gestacional da paciente para ajudar a prever quais delas podem estar em risco; contarão histórias de mães e bebês saudáveis ​que adoeceram, com risco de morte, em questão de dias.

Neste 22 de maio, começar a conversa compartilhando a mensagem “Pergunte-me sobre pré-eclâmpsia” pode impulsionar pesquisas e práticas de saúde vitais para salvar vidas.

 

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) faz um alerta sobre a importância da adoção de medidas de rastreamento e prevenção.

A condição consiste em um quadro clínico de altos níveis de pressão arterial em mulheres grávidas e contribui para 10% a 15% das mortes maternas diretas, globalmente. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez (RBEHG), cerca de 80 mil mortes maternas e 500 mil mortes fetais, são atribuíveis à doença.

Estima-se que o problema atinja cerca de 1,5% das gestantes brasileiras, com a prevalência e a mortalidade materna variando de acordo com as condições socioeconômicas da população. Nas regiões mais desenvolvidas, a prevalência é de 0,2% e a mortalidade materna de 0,8%. Já nas regiões menos desenvolvidas, a prevalência é de até 8,1% com 22% de mortalidade materna.

 

A pré-eclâmpsia ocorre quando a grávida tem pressão arterial elevada (acima de 140/90 mmHg), comumente após 20 semanas de gravidez e até seis semanas após o parto, embora em casos raros possa ocorrer antes.

O aumento da pressão sanguínea diagnosticado durante a gestação em mulheres que nunca haviam antes demonstrado o problema é classificado como Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG).

Não existe causa única para a pré-eclâmpsia e é consenso que a condição seja resultado, dentre outras coisas, da má adaptação do organismo materno à sua nova condição.

Embora o começo do problema esteja na formação da placenta, os principais agravantes da hipertensão podem ser alguns hábitos maternos, como: excesso de sal na alimentação, sedentarismo e principalmente consumo de álcool e tabagismo, que aumentam o risco de doenças arteriais e, durante a gravidez, causam malformações do feto e elevam as chances de parto prematuro.

Quando não tratada adequadamente, as complicações potenciais da pré-eclâmpsia incluem risco de morte materna e complicações obstétricas graves, como hemorragia cerebrovascular, edema pulmonar, lesão renal aguda, ruptura hepática, descolamento prematuro da placenta e eclampsia. Além disso, há riscos para o feto, como restrição de crescimento e prematuridade.

 

Fatores de risco associados à pré-eclâmpsia:

– Primeira gestação;
– Pré-eclâmpsia em gravidez anterior;
– Idade superior a 35 ou inferior a 18 anos;
– Histórico familiar de pré-eclâmpsia;
– As mulheres negras são as mais afetadas;
– Hipertensão crônica;
– Doença renal crônica;
– Doença autoimune (por exemplo, lúpus eritematoso sistêmico);
– Doença vascular;
– Diabetes mellitus (pré-gestacional e gestacional);
– Gestação gemelar;
– Obesidade.

 

Sintomas:

– Dor de cabeça intensa;
– Inchaço nas mãos e no rosto;
– Anormalidades visuais;
– Náuseas e vômitos;
– Dor de estômago ou no abdômen;
– Ganho de peso repentino;
– Falta de ar.

 

Tratamento:

Para controlar a pré-eclâmpsia e evitar que evolua para eclampsia é fundamental realizar o acompanhamento pré-natal criterioso e sistemático da gestação.

Pacientes com pré-eclâmpsia leve devem fazer repouso, medir com frequência a pressão arterial e adotar uma dieta com pouco sal.

Medicamentos anti-hipertensivos e anticonvulsivantes são indicados para o controle dos quadros mais graves, que podem exigir a antecipação do parto. A doença regride espontaneamente com a retirada da placenta.

 

Prevenção:

A melhor maneira de prevenir este e outros problemas é a realização do pré-natal, com acompanhamento cuidadoso da gravidez e da pressão arterial.

Embora haja robustas evidências de que o uso de cálcio durante a gestação previne a pré-eclâmpsia, ele ainda é subutilizado no Brasil. A suplementação de cálcio reduz o risco de pré-eclâmpsia em gestantes em geral, em gestantes de alto risco para pré-eclâmpsia e principalmente em gestantes com dieta pobre em cálcio. As evidências também apontam redução de 20% no risco de morbimortalidade materna.

 

Fontes:

Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros
– Dr. Dráuzio Varella
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)
– Fundação Oswaldo Cruz. Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente (1)
Fundação Oswaldo Cruz.  Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente (2)
Preeclampsia Foundation

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