Votação à distância da listagem da JBS nos EUA deixa “decisão” para assembleia (mas por pouco)

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O resultado dos votos à distância da assembleia geral extraordinária (AGE) da JBS parece uma repetição do mapa do Carrefour, que no fim de abril havia convocado seus acionistas para decidir sobre a deslistagem da rede varejista no Brasil. E, assim como o Carrefour, a decisão sobre a listagem da JBS nos Estados Unidos acontecerá na AGE marcada para esta sexta-feira, 23 de maio.

De acordo com o documento publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na manhã de quinta, 22, os votos parciais apontam para uma aprovação de pouco mais de 246 milhões de ações e uma rejeição de pouco mais de 271 milhões de papéis. Uma diferença pequena dentro do universo que ainda pode votar.

Pelos cálculos do NeoFeed, cerca de 70% dos acionistas minoritários da JBS exerceram seu direito de voto à distância. Dos 30% restantes que podem ter se inscrito (uma informação que não é pública) para participar presencialmente da AGE, a empresa precisa de menos de 12% de aprovação das cerca de 210 milhões de ações que ainda podem manifestar seu voto, ou seja, 25 milhões de papéis.

Nessa conta, o NeoFeed desconsiderou as 2,22 bilhões de ações que estão com o bloco de controle da companhia, que soma os papéis detidos pela J&F, diretoria e a BNDESPar.

A J&F tem um acordo com a BNDESPar, dona de pouco menos de 20% do capital da JBS, para que o braço de participações em empresas do BNDES se abstenha na assembleia. E os controladores também irão se abster na votação.

A AGE é o último passo para a listagem da companhia na bolsa de valores de Nova York. Em 22 de abril, a Securities and Exchange Commission (SEC) aprovou o registro da JBS.

A tendência, assim como aconteceu com o Carrefour, é que os acionistas da JBS que votam contra se manifestam à distância. Agora, com o voto presencial, o jogo tende a virar.

Na deslistagem do Carrefour Brasil para a incorporação à empresa na França, a rede varejista tinha pouco mais de 32% dos votos favoráveis no voto à distância.

Para atingir a maioria simples (número mínimo para aprovação da pauta), havia número suficiente de acionistas cadastrados na AGE. No fim, a deslistagem foi aprovada por 59% dos minoritários, ou seja, praticamente todos os que estavam presentes fizeram a “virada” para a aprovação.

A tese da JBS, que tem sido dita a investidores é de que a listagem nos Estados Unidos vai ajudar a destravar o valor da empresa, bem como ter acesso a investidores institucionais internacionais.

Um exemplo são os múltiplos nos quais a JBS é negociada na B3 comparada a de seus pares nos Estados Unidos. No Brasil, o EV/Ebitda (enterprise value/Ebitda) da companhia é de 4,7 vezes. A Pilgrim’s, que é uma subsidiária da própria JBS, é negociada a 6,4 vezes.

Concorrentes da JBS negociam também a múltiplos maiores. Smithfield, Tyson e Hormel têm múltiplos de 8 vezes, 8,4 vezes e 12,1 vezes, respectivamente.

Na B3, a ação JBSS3 acumula alta de 13,4% no ano. O valor de mercado da companhia é de R$ 93,3 bilhões.

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Neofeed

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