Rastreio e notificação: o que se sabe sobre o monitoramento de agressores de mulheres em SC

Violência doméstica atingiu, em 2024, o maior patamar dos últimos cinco anos – Foto: Alexas/Pixabay

O governo de Santa Catarina quer realizar o monitoramento de agressores para tentar frear os casos de violência doméstica no Estado. Em 2024, 96.481 ocorrências desse tipo foram registradas — maior patamar dos últimos cinco anos.

A medida se baseia no projeto de lei 5.427/2024, sancionado em abril de 2025, que altera a Lei Maria da Penha e possibilita o uso de tornozeleira eletrônica em suspeitos de agressão em que a vítima represente por uma medida protetiva de urgência.

Ao ND Mais, o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, afirmou que a proposta, que ainda não tem prazo para ser implementada, é semelhante ao modelo aplicado no Rio Grande do Sul.

Como funcionará o monitoramento de agressores?

A vítima poderá ter acesso a localização do agressor em tempo real, por meio de um aplicativo instalado no celular. Caso o indivíduo ultrapasse o limite estabelecido pelo Poder Judiciário na medida protetiva, vítima receberá uma notificação.

Monitoramento de agressores em Santa Catarina poderá ser acessado por celular

Monitoramento de agressores em Santa Catarina poderá ser acessado por celular – Foto: Freepik/ND

“O cidadão, ele agride a vítima, seja de forma verbal, seja de forma física, ela vai numa delegacia de polícia, requer a medida protetiva, o delegado faz o pedido ao judiciário e o juiz determina a colocação da tornozeleira”, explicou o delegado-geral de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, ao ND Notícias, da NDTV.

Assim que a notificação for encaminhada à vítima, as forças de segurança serão acionadas pelo aplicativo de monitoramento de agressores, para que se dirijam ao local e façam a abordagem ao acusado.

Feminicídio é a ponta do iceberg, diz PMSC

Entre janeiro e maio de 2025, a Polícia Militar de Santa Catarina já registrou 11.384 medidas protetivas de urgência para mulheres de todo estado. O botão do pânico, disponibilizado para casos de violência doméstica e familiar, foi acionado 387 vezes no período, resultando em 73 prisões.

“O feminicídio é só a ponta do iceberg. As mulheres que são tuteladas pela Polícia Militar de Santa Catarina, estão sãs e salvas. Inclusive, todos os feminicídios que já aconteceram, desde que o modelo Rede Catarina foi estabelecido, nenhuma fazia parte do programa”, pontua a chefe dos programas institucionais da PMSC, tenente-coronel Naíma Huck Amarante.

Em 2024, quase 100 mil ocorrências de violência doméstica foram registradas em Santa Catarina; governo prevê monitoramento de agressores – Foto: Reprodução/ND

Como é o modelo aplicado no estado vizinho

Desde 2023, mulheres vítimas de violência conseguem acompanhar a aproximação de acusados através de um celular, disponibilizado pela Secretaria Estadual de Segurança Publica. Nele, há um aplicativo que faz o monitoramento de agressores em tempo real.

Caso o suspeito ultrapasse o limite estabelecido pela medida protetiva, um alerta é emitido para a vitima, que pode acompanhar a movimentação em um mapa exibido na ferramenta, e também para a central de monitoramento, que tentará contato com o investigado e enviará uma viatura para o endereço em que a vítima está.

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