
Animal virou xodó dos estudantes da universidade de Santa Maria e vem ganhando cada vez mais seguidores nas redes sociais. Nomeação é apenas uma brincadeira e não tem efeitos práticos. Silveira, cão comunitário de universidade do RS, ‘participa’ de aula de capoeira
🐶 👨🎓 A fama fez com que o cão comunitário Silveira, xodó dos estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), fosse promovido: a universidade publicou nas redes sociais, nesta terça-feira (20), a “nomeação” do cachorro como “pró-reitor de assuntos caninos” – com direito a assinatura do reitor Luciano Schuch e tudo!
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O cão famoso ganhou fama nos últimos dias e vem conquistando cada vez mais seguidores nas redes sociais: no Instagram, nesta terça, já somam 57 mil – 20 mil a mais do que no dia anterior. A nomeação como “pró-reitor”, é claro, é só uma brincadeira e não tem nenhum efeito prático.
O animalzinho é morador oficial da Biblioteca Central da UFSM, estrela do projeto Zelo (responsável por cuidar dos animais comunitários da universidade) e dono de um fã-clube.
Conheça a história de Silveira, cão xodó da UFSM
Silveira não nasceu famoso. Pelo contrário: é estipulado que ele tenha chegado ao campus há mais de 10 anos, sem alarde e sem coleira.
A professora Fabiana Stecca, coordenadora do projeto Zelo, explica que não sabe a origem do nome de registro “Silveira”, mas que o cão também tem vários outros apelidos, como “Podrão”.
“Começaram a dizer ‘Podrão’ porque ele dorme em sala de aula”, comenta.
As fotos de Silveira comprovam o apelido que ganhou. Um dos hábitos preferidos dele está em ficar de barriga para cima para as pessoas fazerem carinho. Ele também “participa” das atividades do campus. Um vídeo mostra o doguinho em meio à uma aula de capoeira, interagindo com os dançarinos. Veja acima.
‘Nomeação’ do cão Silveira como pró-reitor de assuntos caninos foi publicada pela UFSM nas redes sociais
Reprodução/Redes sociais
Saúde frágil e uma aposentadoria sonhada
Idoso com idade estimada a mais de 10 anos, Silveira sofre de artrose, já machucou patas e tem medo de carro, de agulhas e de “pessoas de branco”, ou seja, com jaleco de veterinário.
Os tratamentos que podem ser realizados no campus são feitos ali mesmo: o profissional vai até o local, sem uniforme, e aplica as vacinas de forma discreta. No entanto, manter uma rotina de medicação é quase impossível, já que Silveira não se deixa domesticar com facilidade.
Outro cuidado com a saúde do cão faz parte de uma campanha da universidade, que orienta os alunos a não alimentarem os animais com “comida humana”. O esforço se alinha ao sonho da equipe do projeto Zelo: que ele ganhe uma “aposentadoria”, como chamam.
Cão Silveira da UFSM
Arquivo pessoal
Projeto Zelo: saiba como adotar
Desde 2014, o projeto Zelo atua no campus da UFSM, cuidando de animais abandonados, promovendo castrações, buscando lares responsáveis e educando para a guarda consciente. Hoje, a contagem de animais registrados no campus é em torno de 80.
Com apoio de bolsistas e voluntários, o projeto faz campanhas, realiza feiras de adoção e promove ações para arrecadação de recursos, incluindo um brechó sustentável, passando por parcerias com empresas locais.
“A gente vive de doações”, expõe a coordenadora.
“Nós não temos um fundo específico, nós fazemos parte da da extensão, nós temos apenas uma verba de recurso público, que é para os nossos bolsistas”, comenta Fabiana.
Apesar da fama, Silveira ainda não encontrou um lar. A professora acredita que o motivo principal seja a idade, já que ele é idoso. No entanto, a equipe do Zelo acredita: há de existir alguém que entenda que adotar um cão mais velho, cheio de manias, é uma forma de devolver ao mundo um pouco do amor que ele espalhou.
Para adotar Silveira ou qualquer outro animal registrado no Zelo é preciso primeiro passar por uma pré-entrevista para conhecer melhor e entender a rotina do candidato. O interesse na adoção deve ser manifestado mandando uma mensagem para o perfil do Zelo no Instagram. Por lá também é possível saber mais sobre o projeto e como colaborar com doações.
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