
A
noite de segunda-feira, 19 de maio, foi marcada pela realização da Conferência
Municipal “Conscientização sobre o uso do celular e outros dispositivos na
escola”, organizada pela Secretaria de Educação, Cultura e Esportes de
Capinzal. O encontro aconteceu no Centro Educacional Prefeito Celso Farina e
reuniu autoridades, profissionais da educação e membros da comunidade para
debater os impactos e desafios do uso da tecnologia no ambiente escolar.
A
abertura do evento contou com a palestra “O impacto invisível: como o uso da
tecnologia ameaça a nossa privacidade”, conduzida pelo pró-reitor de pesquisa,
pós-graduação, extensão e inovação da Unoesc, Kurt Schneider. Durante a
exposição, foram discutidos os riscos relacionados à exposição de dados
pessoais no ambiente virtual, destacando-se a importância de cuidados na
publicação de conteúdos, principalmente imagens que possam revelar detalhes de
ambientes, vínculos ou relações pessoais. A abordagem incluiu a relevância da
Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) como instrumento de prevenção.
Ao
tratar do uso pedagógico dos dispositivos, o palestrante defendeu uma abordagem
equilibrada, na qual os celulares possam ser utilizados como ferramenta de
apoio ao aprendizado, desde que direcionados para essa finalidade. Também
alertou para o compartilhamento de informações sigilosas em plataformas
abertas, como o WhatsApp, sugerindo cautela e verificação de fontes como
práticas essenciais no cotidiano digital.
Em
seguida, o vice-prefeito Tiago de Oliveira Luz apresentou a Lei nº 15.100/2025,
que regulamenta o uso de dispositivos eletrônicos pessoais nas instituições
públicas e privadas de educação básica. A normativa estabelece critérios
específicos para o uso desses aparelhos em sala de aula, permitindo sua
utilização sob orientação do docente responsável, bem como em situações
excepcionais, como emergências de saúde ou ameaças à integridade dos
estudantes. A legislação visa assegurar acessibilidade, inclusão, bem-estar e a
proteção de direitos fundamentais dos alunos.
A
realização da conferência está prevista na própria legislação como parte das
ações para implementação de estratégias de conscientização. O vice-prefeito
ressaltou a importância do debate, especialmente diante do cenário atual,
marcado por uma dependência crescente da tecnologia e pelo surgimento de
transtornos como a nomofobia — medo ou ansiedade de estar sem o celular.
O
pró-reitor Kurt Schneider voltou a manifestar preocupação com os impactos da
distração causada pelos dispositivos, mas reforçou que o caminho não está na
proibição do uso da tecnologia, e sim em seu aproveitamento de forma
consciente. Ele citou ainda o uso de inteligência artificial em instituições de
ensino como exemplo de inovação positiva quando bem aplicada.
Encerrando
a programação, o psicólogo Giovanni Favero Cicconet, da Secretaria de Educação,
abordou o tema “Saúde mental e o uso das telas: impactos na vida cotidiana”. Em
sua fala, destacou as transformações nas relações interpessoais e os efeitos do
uso excessivo das telas, como a aceleração da comunicação e a redução da
tolerância aos processos que demandam tempo e espera, com reflexos
significativos na saúde emocional dos usuários.
A
conferência foi considerada um espaço importante para reflexão e construção de
caminhos mais saudáveis e conscientes no uso da tecnologia no ambiente
educacional.