Infertilidade masculina responde por 40% dos casos de dificuldade para engravidar no Brasil

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A infertilidade masculina é responsável por uma parcela significativa dos casos de dificuldade para engravidar entre casais brasileiros. Estima-se que cerca de 15% dos casais com vida sexual ativa no país não conseguem ter filhos, e em aproximadamente 40% desses casos, o fator masculino é o principal responsável. Outros 40% são atribuídos a fatores femininos, enquanto os 20% restantes envolvem causas combinadas ou desconhecidas.
Segundo a embriologista com foco na atuação em fertilidade masculina, Dra Salomé Espínola, a infertilidade atinge entre 10% e 20% dos casais em idade reprodutiva, independentemente de sua origem étnica ou condição socioeconômica.
A infertilidade masculina pode ser causada por diversos fatores, como alterações na produção de espermatozoides — incluindo casos de oligospermia (baixa contagem) ou astenozoospermia (baixa motilidade). Problemas na ejaculação, varicocele (dilatação das veias dos testículos), além de causas congênitas ou genéticas, também podem comprometer a fertilidade do homem.
Estudos recentes apontam uma tendência preocupante: a contagem de espermatozoides tem diminuído significativamente nos últimos 50 anos, com queda estimada em 51%. Além disso, a idade também impacta: quanto mais velho o homem, maior a chance de alterações na qualidade do sêmen.
A boa notícia é que a infertilidade masculina pode ser tratada por meio de medicamentos, cirurgias e técnicas de reprodução assistida, dependendo da causa identificada. O diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de sucesso no tratamento.
A tecnologia também tem se mostrado uma aliada poderosa. O uso de inteligência artificial (IA) vem ganhando espaço no diagnóstico, com sistemas capazes de prever infertilidade com alta precisão, otimizando o acompanhamento médico e as estratégias de tratamento.
Espermograma: exame fundamental
Para diagnosticar possíveis causas da infertilidade, o exame mais comum e essencial é o espermograma, uma análise do líquido seminal que avalia a saúde reprodutiva masculina. Esse líquido, composto por espermatozoides e pelo fluido seminal — produzido pelas glândulas seminais, próstata e vesículas seminais —, fornece informações cruciais sobre o funcionamento do sistema urogenital.
Mais do que apenas um indicador de fertilidade, o sêmen pode refletir alterações patológicas que afetam o sistema urinário e genital masculino, incluindo infecções, distúrbios hormonais, obstruções anatômicas e até condições mais graves, como o câncer de próstata. Por isso, o espermograma também pode ser um importante aliado no diagnóstico de outras doenças que muitas vezes evoluem de forma silenciosa.
Apesar de ser um tema sensível, especialistas reforçam a importância de falar abertamente sobre infertilidade masculina. A desinformação e o tabu ainda impedem que muitos homens busquem ajuda médica. “Procurar avaliação especializada é fundamental para identificar o problema e encontrar a melhor solução possível”, destaca a embriologista Salomé Espínola.

@politicaetc

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