Passo a passo para MPE escolher onde ter conta empresarial

Foto: Freepik

A abertura de micro e pequenas empresas (MPEs) no Brasil tem batido recordes, impulsionando o empreendedorismo em diferentes setores da economia. Em 2024, foram registrados mais de 4,1 milhões de novos pequenos negócios, segundo levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com base nos dados da Receita Federal.

Desse total, as microempresas – negócios com faturamento de até R$ 360 mil anuais – somaram 874 mil novas aberturas, uma alta de 21% em relação ao ano anterior. Já as empresas de pequeno porte, com receita bruta de até R$ 4,8 milhões por ano, registraram mais de 190 mil novos CNPJs, aumento de 16,5% em comparação a 2023.

Apesar dos avanços, muitos desses empreendimentos ainda enfrentam desafios logo nos primeiros anos de atividade. De acordo com o Sebrae, 21,6% das microempresas encerram as atividades até cinco anos após a abertura, sendo a má gestão financeira uma das principais causas.

É nesse cenário que a escolha do banco onde manter uma conta empresarial, também conhecida como conta PJ (Pessoa Jurídica), passa a ser uma decisão estratégica, impactando diretamente a organização financeira, o acesso ao crédito e a separação entre despesas pessoais e corporativas. Para isso, é preciso saber avaliar a instituição financeira mais adequada às necessidades do empreendimento.

Conheça o perfil e as demandas do seu negócio

Antes de abrir uma conta PJ, o empreendedor precisa compreender os pontos fortes e as carências do próprio negócio, como orienta o Sebrae. Um comércio com grande volume de vendas pode demandar soluções eficientes de cobrança e conciliação bancária, enquanto um prestador de serviços recorrentes pode precisar de um sistema simplificado para emissão de boletos. 

Já empresas em fase inicial muitas vezes enfrentam dificuldades com capital de giro e buscam acesso facilitado a crédito. De acordo com o Sebrae, essa análise permite identificar quais produtos e serviços bancários são realmente necessários, o que evita gastos com tarifas ou pacotes que não serão utilizados. 

Emissão de boletos, seguros, acesso ao Pix gratuito e previdência privada são alguns dos serviços que costumam ser oferecidos pelas instituições no momento de abertura de uma conta digital e que podem ser úteis para muitos perfis, embora não obrigatórios em todos os casos. 

Por isso, a orientação é analisar se eles são realmente necessários para a empresa antes da contratação. Evitar ofertas casadas é uma forma de reduzir custos e manter o foco no que realmente contribui para o crescimento do negócio.

Avalie as tarifas e os serviços oferecidos

Conforme determina o Banco Central, as instituições financeiras devem divulgar suas tarifas de forma transparente. Como elas podem variar de acordo com o perfil de movimentação da empresa e o relacionamento com o banco, é aconselhável pesquisar quais instituições oferecem melhor custo-benefício.

Muitos bancos tradicionais cobram pacotes mensais para contas empresariais, mas, segundo a Serasa, já existem fintechs e bancos digitais que oferecem contas PJ 100% gratuitas, incluindo funcionalidades importantes, como a emissão de boletos.

Verifique o acesso ao crédito e outros produtos

Uma das vantagens de abrir uma conta empresarial é o acesso facilitado às linhas de crédito. Sendo assim, a oferta de empréstimos adequados ao porte e ao perfil da empresa também deve pesar na escolha da instituição financeira. 

O Sebrae orienta que, ao fazer essa análise, o empreendedor deve refletir sobre o objetivo do recurso, como adquirir capital de giro ou fazer um investimento. Antes de tomar o crédito, é preciso verificar, também, se existem alternativas mais baratas com fornecedores, além de checar se as taxas são compatíveis com a capacidade de pagamento do negócio.

Priorize instituições com boa tecnologia e suporte

Outro aspecto a ser observado é a estrutura tecnológica do banco. É preciso verificar se há um bom sistema de internet banking e aplicativo, pois isso facilita o dia a dia do empreendedor, principalmente na emissão de cobranças, controle do caixa e pagamento de fornecedores.

Recursos como demonstrativos de resultado, relatórios de movimentação e integração com sistemas de gestão podem ajudar na administração financeira. Segundo o Sebrae, – Informações relativas a essas ferramentas dependem da eficiência da instituição financeira escolhida como parceira

Além disso, o atendimento ao cliente deve ser acessível e eficiente. A disponibilidade de suporte por chat, e-mail ou telefone é importante, sobretudo para empreendedores que ainda estão se familiarizando com a rotina bancária empresarial.

Reavalie a parceria bancária

A escolha do banco não precisa ser definitiva. À medida que a empresa evolui, as necessidades também podem mudar. Por isso, a orientação é reavaliar periodicamente os serviços bancários contratados e verificar se ainda fazem sentido para o estágio atual do negócio, buscando, quando necessário, novas opções no mercado.

A prática ajuda a manter a saúde financeira e a aproveitar melhor as oportunidades, como acesso facilitado a capital de giro, programas de fidelidade ou isenção de tarifas em novas instituições.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.