Obras viárias do DER avançam

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Em coletiva de imprensa realizada ontem, em João Pessoa, o diretor de Operações do Departamento de Estradas de Rodagem da Paraíba (DER-PB), Orlando Soares, detalhou o andamento de três obras viárias em curso no estado: a ponte de Alhandra, o viaduto do Bairro das Indústrias e as Vias do Atlântico, projeto que ligará o Altiplano ao Hospital Universitário Lauro Wanderley. De forma direta, ele garantiu que nenhuma das intervenções está paralisada, mas reconheceu que o avanço dos trabalhos tem sido afetado por fatores como etapas técnicas e as chuvas intensas da última semana. A prioridade, segundo Orlando, continua sendo a segurança da população. “O DER-PB está fazendo a parte dele, mas precisa de compreensão para que a execução dessas obras aconteça como deve ser”.

Das três, a que tem demandado maior atenção do órgão é a Ponte de Cupissura, sobre o Rio Papocas, na PB-
-034, que ligava Alhandra a Caaporã. Após um laudo técnico indicar risco de colapso, a estrutura foi totalmente interditada em fevereiro e, posteriormente, demolida devido à impossibilidade de recuperação. Constatou-se, portanto, que a estrutura antiga era incapaz de suportar o tráfego pesado. “Quando foi detectado que havia risco de cair, fizemos a visita técnica e constatamos a necessidade de isolamento total”, explicou Orlando. A nova ponte será construída em caráter emergencial, com prazo estimado de 180 dias. Além disso, a empresa que ficará responsável pela obra também já foi definida. “O contrato deve ser assinado ainda nesta semana. Sabemos quem foi a vencedora [da licitação]”.

Apesar da gravidade da situação, parte da população estava utilizando, de forma equivocada, a travessia provisória — destinada a pedestres e motos — para a passagem de veículos pesados, o que, de acordo com Orlando, poderia resultar em uma tragédia. “Abriram o bloqueio, danificaram o patrimônio público. Quebraram os tubos, tiraram a sinalização”, relatou. O objetivo, agora, é refazer e melhorar o desvio, mas a chuva inviabilizou os serviços. “O nível do rio subiu demais. Só podemos continuar com esse processo quando a água baixar”, afirmou. Se o tempo firmar, a estrutura provisória poderá ser concluída em até 15 dias. Enquanto isso, a orientação é utilizar os acessos pela BR-101 e pela PB-044. “Tem alternativa. Os municípios de Alhandra e Caaporã não estão isolados. Se continuasse passando caminhão com carga pesada, a ponte poderia colapsar a qualquer momento”, reforça. Com a nova estrutura ainda no início, Orlando pediu paciência e cooperação.

Bairro das Indústrias

No caso do viaduto que está sendo construído na BR-
-101, entre os bairros das Indústrias e Costa e Silva, em João Pessoa, a obra segue em ritmo acelerado, embora o movimento no local pareça menor atualmente. O diretor do DER-PB explicou que, nesta etapa, a maior parte do trabalho ocorre dentro do canteiro de obras, no Distrito Industrial. “A obra está em uma fase em que muita coisa é feita no canteiro. Todas as vigas estão prontas. Foram armadas, concretadas e agora estão passando pelas injeções de calda de cimento”, afirmou. Depois disso, é preciso respeitar o tempo de cura do concreto antes de realizar o içamento. “Não adianta querer apressar. Tem que respeitar o tempo da engenharia.” A previsão é que as 18 vigas sejam lançadas ainda em junho.

Além do içamento, o DER-PB também iniciou o rebaixamento do solo do lado do bairro Costa e Silva, etapa fundamental para a implantação das alças de acesso ao viaduto. Mesmo com as chuvas intensas, que atrapalharam, momentaneamente, a execução do processo, o cronograma segue dentro do previsto. De acordo com Orlando Soares, a percepção de que a obra está parada não corresponde à realidade. “Se você tiver a oportunidade de mandar um drone lá, verá que a obra está acontecendo. Todo dia tem gente trabalhando. Quando a viga for içada, faremos a concretagem”, salienta. Com 270 m de extensão e um investimento superior a R$ 27 milhões, o viaduto é considerado estratégico por melhorar a circulação entre dois bairros importantes da capital paraibana.

Vias do Atlântico

Também considerada estratégica para a cidade, a obra Vias do Atlântico promete melhorar, significativamente, a mobilidade entre a Avenida João Cirilo da Silva, no Altiplano, e o Hospital Universitário (HU) Lauro Wanderley, além de desafogar o trânsito da Beira Rio. Com 2,4 km de extensão, o projeto inclui a construção de uma ponte sobre o Rio Cuiá e a pavimentação em CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente). Sobre o andamento da obra, Orlando assegura que está em execução. “Um lado já está, praticamente, pronto, já levou asfalto até a altura da ponte”, detalhou o representante do DER-PB. Do lado do Altiplano, por sua vez, a drenagem já foi implantada, mas a etapa de terraplenagem acabou afetada pelas chuvas. A previsão de entrega segue para julho deste ano. O investimento é superior a R$ 22 milhões.

Começa, hoje, a segunda fase do Viaduto Prefeito Luciano Agra

Após a coletiva, a sede do DER-PB também foi palco de uma reunião entre o diretor de Operações do órgão, Orlando Soares, e Rubens Falcão da Silva Neto, secretário de Infraestrutura de João Pessoa. Em pauta, a coordenação da segunda etapa das obras no entorno do Viaduto Prefeito Luciano Agra, localizado na BR-230, entre os bairros de Água Fria e Cristo Redentor, em João Pessoa. A nova fase começa hoje e prevê a construção de quatro rotatórias — duas sob o novo viaduto executadas pelo DER-PB, e duas na região do Cristo, sob responsabilidade da Prefeitura. “É uma etapa importantíssima. Hoje, os veículos precisam entrar na Hilton Souto Maior para acessar a rodovia. Com essas rotatórias, o acesso será direto”, explicou o secretário.

Além das rotatórias, a Prefeitura dará início à implantação de um binário na lateral do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), criando uma nova via. A ideia é redistribuir o fluxo e facilitar o acesso direto à BR-230, sem que os motoristas precisem recorrer a rotas improvisadas. “Esse binário vai permitir que quem está usando as rotatórias consiga entrar na rodovia de forma mais organizada, pegando a faixa da esquerda que será construída”, explicou o secretário.

Orlando, por sua vez, sublinhou que a execução da obra será dividida em etapas, começando com a drenagem, cuja implantação será iniciada imediatamente.

Mudança no trânsito

 “A Semob-JP vai fechar o trânsito, daí faremos a drenagem e, depois disso, as rotatórias. Haverá alguns transtornos, por isso pedimos compreensão da população”, afirmou. O diretor de Operações explicou ainda que a obra contará com intervenções da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), para retirada de uma rede de água no local. A estimativa é de que as obras do complexo viário sejam concluídas em até 90 dias. “Só podemos concluir essa obra depois da drenagem”, reforçou.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 20 de maio de 2025.

 

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A União

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