Bruno Cunha Lima e a política pequena diante de uma obra gigante

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A política paraibana às vezes beira o teatro, e o palco da vez é Campina Grande. Depois de anos de promessas não cumpridas e expectativas frustradas, finalmente o Centro de Convenções da cidade será inaugurado nesta quarta-feira (21). Uma obra robusta, estruturante, com potencial de transformar a dinâmica econômica e cultural da região, fruto direto de um investimento do Governo do Estado sob a liderança do governador João Azevêdo.

Naturalmente, um evento desse porte atrai os holofotes — e justamente por isso, parece ter incomodado quem está acostumado a manter os refletores voltados apenas para si. O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima resolveu, de maneira inusitada (ou estratégica demais), agendar a tradicional festa do Dia das Mães exatamente para o mesmo dia e quase no mesmo horário da inauguração do novo Centro de Convenções. Coincidência? Poucos acreditam nisso.

O que causa estranheza é a mudança repentina de data: em 2023, a celebração foi realizada no domingo anterior ao Dia das Mães, como manda a tradição. Já em 2024, decidiu-se pela quarta-feira seguinte. Detalhe: o anúncio do evento só foi feito uma semana depois da divulgação da inauguração feita pelo governo estadual. E mais: o evento da prefeitura acontece no Spazzio, um espaço com capacidade para milhares de pessoas, a partir das 15h — apenas duas horas antes do início da programação estadual, marcada para as 17h.

Ou seja, tudo leva a crer que a intenção é disputar público, atenção e manchetes. Uma tentativa clara de evitar que a grande obra do Estado monopolize a pauta local, como inevitavelmente faria em qualquer cenário político minimamente cooperativo.

A estratégia, porém, pode sair pela culatra. Ao tentar dividir os olhos da população com uma festa fora de época, o prefeito Bruno Cunha Lima corre o risco de parecer mais preocupado em sabotar um adversário do que em colaborar para o bem da cidade. Afinal, quando se tenta apagar o brilho de uma realização importante apenas por vaidade política, quem perde não é o governador — é a população.

O governador João Azevêdo fez um anúncio de peso, prometendo uma programação cultural intensa e entregando um equipamento público que há décadas era aguardado. Já a Prefeitura optou por uma manobra política mal disfarçada, que pode até atrair público, mas carrega o gosto amargo da disputa mesquinha.

Campina Grande não merece ser palco de rivalidades vazias. Merece união, maturidade política e gestores que saibam reconhecer a importância de uma obra histórica — mesmo que ela não tenha sido feita por eles.

No fim das contas, a cidade só cresce quando os seus líderes colocam os interesses da população acima do calendário eleitoral. E, infelizmente, esse não parece ser o caso nesta semana.

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Politica da Paraiba

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