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O Reino Unido e a União Europeia (UE) concordaram em deixar suas divergências de lado e rever os termos do término causado pelo Brexit, em meio às diversas movimentações feitas na economia mundial nos últimos meses.
Durante o evento UK-UE Summit 2025 realizado em Londres nesta segunda-feira, 19 de maio, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fizeram novos acordos sobre alimentos, visitantes estrangeiros e até possíveis compras de produtos militares em conjunto.
No novo acordo, a importação e exportação de alimentos e bebidas se tornará mais simples e menos burocrática, com o intuito de reduzir as filas de caminhões vistas nas fronteiras. Algumas rotinas de inspeção de produtos de origem animal e vegetal também serão cortadas, permitindo que itens como salsichas e hambúrgueres britânicos voltem a ser vendidos na UE.
Esse pode ser um grande avanço para as duas economias, já que, apenas em 2024, as exportações de alimentos e bebidas do Reino Unido para a UE somaram £ 14 bilhões, segundo a Food and Drink Federation, entidade do setor.
Ainda no setor de alimentos, as discussões sobre a pesca foram ainda mais delicadas. O novo e polêmico acordo amplia até 2038 os direitos de pesca de embarcações europeias em águas britânicas. A novidade gerou críticas severas de representantes do setor e líderes conservadores, que acreditam que o novo momento será um “pesadelo” para os pescadores locais.
Em resposta, Jonathan Reynolds, secretário de negócios do Reino Unido, afirmou à Reuters que o setor pesqueiro também se beneficiaria do novo acordo, argumentando que ele ajudará a vender peixe e frutos do mar para a UE.
Na visão do primeiro-ministro, as novas relações ajudarão a reduzir a burocracia para produtores de alimentos e produtos agrícolas, o que deve tornar os insumos mais baratos, melhorar a segurança energética e adicionar cerca de £ 9 bilhões à economia do grupo até 2040.
“É hora de olhar para frente e deixar para trás os debates ultrapassados e as disputas políticas”, afirmou Starmer, em comunicado. “Queremos buscar soluções práticas e de bom senso que tragam o melhor para o povo britânico.”
No setor de segurança e defesa, foram criadas novas oportunidades para que a indústria de defesa do Reino Unido participe do fundo europeu “Ação de Segurança para a Europa”, que deve destinar £ 150 bilhões a iniciativas dessa natureza.
No turismo, o novo acordo permitirá o uso ampliado de “eGates” nos aeroportos da UE, o que evitará a checagem manual de passaportes nas viagens, algo bastante criticado desde 2020, quando o Brexit entrou em vigor. Segundo o governo britânico, isso deve pôr fim às “temidas filas no controle de fronteira”.
Algumas questões, porém, continuam em aberto. Uma delas é sobre o programa de experiência juvenil, que tem como foco permitir que os jovens possam trabalhar e viajar livremente pela Europa novamente. Sem informações concretas sobre o assunto, o que se sabe é que o novo formato deve seguir os moldes aplicados a países como Austrália e Nova Zelândia, onde há tempo de permanência definido.
No evento, as partes afirmaram que trabalharão para chegar a um acordo que facilite a vida de jovens que querem viver e trabalhar em diferentes países da região.
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Neofeed
