
Além da China, a União Europeia e a Argentina também interromperam as importações de frango do Brasil, após o 1º registro de gripe aviária em granja comercial, nesta quinta-feira (15), em Montenegro (RS).
O Ministério da Agricultura reforça que não existe risco no consumo da carne ou de ovos.
“Não é o consumo humano que está em risco, e sim a contaminação sanitária dos plantéis comerciais”, afirmou o ministro Carlos Fávaro. “Você exportar uma carne contaminada com aquele vírus e ele contaminar os plantéis comerciais.”
Em entrevista do g1, o secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Marcel Moreira, explicou que as exportações de todos os estados do Brasil estão suspensas para a China e União Europeia.
E que a medida faz parte de acordos que preveem bloqueios automáticos em caso de doenças em granjas. É próprio Brasil que faz o bloqueios
Para os demais clientes do Brasil, como Japão, Emirados Árabes, Reino Unido, Filipinas, Arábia Saudita, há acordos regionalizados.
Para alguns, são suspensas as vendas somente do que é produzido no local de foco da doença; para outros, ela se estende ao município ou ao estado afetado.
“Com o Japão, por exemplo, nós temos um acordo por município que negociamos recentemente. Então, obviamente, nós paramos as exportações de Montenegro para lá”, exemplifica.
O Rio Grande do Sul já havia interrompido as vendas de frango para a China em 2024, por causa após a detecção da doença de Newcastle em aves.
Moreira explica que o acordo com a Argentina prevê o bloqueio da exportação do que é produzido em um raio de até 10 km do foco da contaminação. No entanto, o governo argentino publicou uma nota dizendo que suspendeu as importações de frango do Brasil, sem especificar se fará isso apenas dos locais próximos a Montenegro.
Cabe ao Brasil suspender as vendas
Moreira esclarece ainda que os acordos sanitários preveem que é o próprio Brasil que precisa suspender automaticamente as exportações de frango quando há detecção de doenças em granjas.
Isso acontece antes mesmo de os países anunciarem restrições.
“É um procedimento já acordado, país a país, para garantir a credibilidade do Brasil em mercados internacionais”, explica Moreira, do Ministério.
“Obviamente, estamos esperando as reações dos países. Precisamos aguardar. É final de semana, o horário não favorece, mas em breve devemos começar a receber as respostas dos países em relação ao ocorrido”, afirmou.
O que acontece agora
Moreira explica que, passados 28 dias após a desinfecção da granja de Montenegro, o Brasil pode se autodeclarar livre de gripe aviária em granjas comerciais, caso não haja nenhum outro foco.
Essa é uma regra da Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH, na sigla em inglês), detalha.
Se o Brasil não tiver novos focos após esse período, pode negociar as reaberturas de mercado para o frango nacional.