18/5 – Dia de Conscientização sobre a Necessidade de Vacina Contra o HIV/Aids 2025

 

Comemorado todos os anos em 18 de maio, o Dia de Conscientização sobre a Necessidade de Vacina contra o HIV/Aids, tem como objetivo reconhecer e agradecer a todos (voluntários, membros da comunidade, profissionais de saúde e cientistas) que trabalham juntos para desenvolver um imunizante para prevenir a infecção pelo HIV.

É, ainda, uma oportunidade para educar a respeito da importância de pesquisas que levem ao desenvolvimento de uma vacina segura e eficaz como chave para acabar com o HIV/Aids, que continua sendo uma das doenças infecciosas mais mortais. Chegar a uma vacina contra ele permanece sendo uma prioridade global de saúde.

De acordo com a International AIDS Vaccine Initiative (IAVI):

– 39,9 Milhões de pessoas viviam com HIV/Aids em 2023;
– 1,3 Milhão de pessoas contraíram o HIV em 2023;
– 23% das pessoas vivendo com HIV não têm acesso a tratamento e podem infectar outras pessoas;
– US$ 29 bilhões seriam necessários para a resposta global ao HIV/Aids até 2025;
– Mais de 20 ensaios clínicos de vacinas contra o HIV estão em andamento.

 

Os desafios científicos que impedem o desenvolvimento de vacinas contra o HIV:

– Do ponto de vista genético, o HIV é enormemente variável dentro e entre populações e até mesmo em um indivíduo. Uma vacina eficaz teria de bloquear um grande número de formas geneticamente variáveis do vírus.

– Ninguém jamais se livrou do HIV por conta própria e, portanto, não se tem um modelo de como deveria ser a imunidade induzida pela vacina.

– O HIV ataca as células do sistema imunológico e insere nelas seu modelo genético. Uma vacina eficaz teria de estimular uma resposta tão forte que qualquer vírus que entre no corpo seja imediatamente neutralizado antes de começar a reproduzir-se dentro das células.

– O vírus HIV por si só não é facilmente reconhecido pelo sistema imunológico.

Tendo em vista todas estas complexidades, as abordagens tradicionais no desenvolvimento de vacinas não conseguiram até agora resultar num imunizante que proporcionasse proteção contra o HIV.

 

Em janeiro de 2025, na Suíça, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), alertou que novos medicamentos de longa duração para a prevenção – e para potencial tratamento – do HIV podem ajudar a acabar com a Aids se as lideranças corporativas e políticas agirem com rapidez e urgência na priorização de acesso aos países de baixa e média rendas.

Esses novos medicamentos de longa duração representam avanços significativos na prevenção de novas infecções e já são usados na supressão do vírus em algumas pessoas vivendo com HIV. No entanto, seu potencial só será alcançado se todas as pessoas, em qualquer lugar do mundo, puderem se beneficiar do acesso a eles.

Embora não sejam a cura ou uma vacina, têm o potencial de frear a pandemia de HIV.

 

Nos últimos anos, diversas entidades — incluindo o Ministério da Saúde brasileiro — adotaram a chamada “Prevenção Combinada” que associa diferentes estratégias de prevenção ao HIV em uma perspectiva voltada à saúde integral das pessoas.

A premissa básica é de que a prevenção deve considerar as especificidades dos sujeitos e de seus contextos, as características individuais e o momento de vida de cada um.

O uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção (biomédicas, comportamentais e estruturais), aplicadas em múltiplos níveis (individual, nas parcerias/relacionamentos, comunitário, social), deve estar centrado na pessoa, em seus grupos sociais e na sociedade em que ela se insere.

As intervenções biomédicas são aquelas voltadas à redução do risco de exposição, mediante intervenção na interação entre o HIV e a pessoa passível de infecção. Essas ações podem ser divididas em três grupos: intervenções biomédicas clássicas, que empregam métodos de barreira física ao vírus, já largamente utilizados no Brasil; intervenções biomédicas baseadas no uso de antirretrovirais; e intervenções biomédicas apoiadas na utilização de testes para diagnóstico oportuno.

Como exemplo do primeiro grupo, tem-se o uso de preservativos internos e externos e de gel lubrificante. Os exemplos do segundo grupo incluem tratamento para todas as pessoas que vivem com HIV, além da profilaxia pós-exposição (PEP) e pré-exposição (PrEP). O terceiro grupo inclui os testes rápidos e o auto teste.

As intervenções comportamentais são ações que contribuem para o aumento da informação e da percepção do risco de exposição ao HIV e para sua consequente redução, mediante incentivos para as mudanças de comportamento por parte da pessoa e da comunidade ou grupo social em que ela está inserida.

As intervenções estruturais são ações voltadas aos fatores e condições socioculturais que influenciam diretamente a vulnerabilidade de indivíduos ou grupos sociais específicos ao HIV, envolvendo preconceito, estigma, discriminação ou qualquer outra forma de alienação dos direitos e garantias fundamentais à dignidade humana.

Entre os métodos e ações que podem ser combinados, estão: a testagem regular para o HIV, realizada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS); a prevenção da transmissão vertical (quando a gestante vive com HIV e pode haver a transmissão do vírus para o bebê); o tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e das hepatites virais; a imunização para as hepatites A e B; a redução de danos para pessoas que usam álcool e outras drogas; a PrEP e a PEP; e o tratamento para todas as pessoas que já vivem com HIV ou aids.

É bom lembrar que pessoas vivendo com HIV e/ou aids com boa adesão ao tratamento antirretroviral e com a carga viral indetectável têm risco zero de transmitir o HIV para suas parcerias sexuais. Além disso, o diagnóstico precoce e o início do tratamento podem fazer com que a pessoa não evolua para a aids. Todos esses métodos podem ser utilizados pela pessoa isoladamente ou combinados.

 

Fontes:

Agência Brasil
Fórum Permanente dos Comitês de Ética e Profissionais em Pesquisa (FOCEP Brasil)
International AIDS Vaccine Initiative (IAVI)
Medscape Medical News
Ministério da Saúde
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS)

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