IMA avança no controle de javalis

O javali (Sus scrofa) é uma espécie exótica invasora nativa da Europa, Ásia e norte da África e foi introduzido em praticamente todos os países, como porco doméstico, para a produção de carne, mas também na forma selvagem ou como híbrido, pelo interesse na caça.

No entanto, a espécie em sua forma selvagem e híbrida se tornou invasora devido sua capacidade de adaptar-se a uma diversidade de ambientes, sejam campos ou florestas, e de reproduzir-se rapidamente em condições favoráveis.

A espécie está disseminada pelo país, estando presente em 22 estados. Em Santa Catarina, entre os anos de 2019 e 2023 foram emitidas quase 150 mil autorizações de manejo de javalis pelo IBAMA, abrangendo 263 municípios, o que equivale a 89% dos municípios do estado.

A situação não é diferente nas unidades de conservação que o IMA administra, sendo que a espécie já foi detectada em quatro parques. Entre novembro de 2023 e abril de 2025 foram abatidos 126 javalis no Parque Estadual Rio Canoas – PAERC. Os primeiros vestígios da espécie no PAERC foram verificados em 2019 e em 2023 a equipe do Parque foi orientada sobre como realizar o manejo, foram adquiridas armadilhas tipo curral e realizados os primeiros controles. Em 2024, foi contratada empresa para continuar realizando o controle por um período de 42 dias.

A coordenadora do PAERC, Leila Alberti, considera que os resultados já estão aparecendo: “ainda existem javalis na unidade de conservação, mas os vestígios de grupos estão concentrados agora apenas em uma parte do Parque, antes estavam por toda a área”. Além disso, a coordenadora do Parque informou que em conversa com vizinhos da área, muitos deles agricultores que sofreram com perdas agrícolas causadas pelos javalis, foi relatada a atual ausência desses animais em suas propriedades.

No Parque Estadual Fritz Plaumann a primeira ocorrência de javalis foi registrada em 2015. Nessa época, não se tinha nenhuma experiência de manejo com a espécie nas unidades de conservação administradas pelo IMA.

Em 2018, foi contratada uma consultoria para orientar a equipe do IMA, realizar um diagnóstico da população, realizar o manejo e elaborar o ‘Plano de Ação para Controle e Erradicação de Javalis (Sus scrofa) no Parque Estadual Fritz Plaumann’, o que foi publicado por meio da Portaria IMA 115/2020. Foram abatidos 32 javalis, porém não houve continuidade no manejo e a população de javalis voltou a crescer. No final de 2024, foi contratada empresa para realizar o controle no Parque, o que deverá ocorrer durante o ano de 2025, por um período de 63 dias.

O manejo de javalis já ocorreu também no Parque Estadual das Araucárias, em 2020, foi retomado em 2025, com o abate de 3 animais, e terá continuidade por meio da contratação de empresa. No Parque Estadual da Serra Furada foram encontrados os primeiros vestígios de javalis em 2024 e pretende-se iniciar o controle, nesse estágio inicial de invasão durante o ano de 2025.

O Gerente de Áreas Naturais Protegidas do IMA, Filipe Lemser, destaca “que está sendo dado todo apoio para o manejo dos javalis nos Parques onde essa espécie já ocorre e que a coordenação das ações pelo Programa Estadual de Espécies Exóticas Invasoras tem sido fundamental para que o manejo ocorra de forma eficiente e em conformidade com o que estabelece a legislação”.

O método de captura de javalis adotado nas unidades de conservação administradas pelo IMA é o de armadilhas tipo curral, previsto na Instrução Normativa IBAMA nº 12/2019, que proporciona um maior controle das etapas do manejo, a captura de vários animais ao mesmo tempo e evita o afugentamento de javalis para áreas de difícil acesso. O controle de javalis em unidades de conservação só pode ser realizado mediante anuência prévia do gestor da área, conforme estabelece a Instrução Normativa IBAMA nº 03/2013.

O trabalho nas unidades de conservação administradas pelo IMA conta com a parceria da CIDASC e da EMBRAPA Suínos e Aves, que desenvolvem pesquisas sanitárias sobre o javali. São coletadas amostras de sangue, dentre outros materiais biológicos, dos javalis abatidos nos Parques, para contribuir com importantes pesquisas, como aquelas necessárias para se manter o status de Santa Catarina como livre de febre suína clássica, e sobre outras doenças, algumas transmissíveis a humanos. (O Celeiro)

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