Marcelo de Oliveira Bueno foi considerado culpado por homicídio qualificado e porte ilegal de arma; vítima tinha apenas 18 anos
O empresário Marcelo de Oliveira Bueno, de 43 anos, foi condenado a 19 anos e seis meses de prisão em regime fechado pelo assassinato da companheira Débora Forcolén, de 18 anos. O crime ocorreu em maio de 2018 no bairro Farrapos, zona norte de Porto Alegre. A decisão do júri foi anunciada na madrugada desta sexta-feira, 16, após julgamento realizado no Foro Central da capital gaúcha.
Condenação inclui feminicídio e porte ilegal de arma
O réu foi considerado culpado por homicídio qualificado com três agravantes: feminicídio, motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Também foi condenado por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. O julgamento foi presidido pelo juiz Marcelo Lesche Tonet.
Marcelo Bueno estava em liberdade durante o processo, mas foi preso logo após a leitura da sentença e encaminhado ao Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), onde iniciou o cumprimento da pena em regime fechado.
Defesa pretende recorrer da decisão
Em nota, a defesa de Marcelo Bueno afirmou que estuda a possibilidade de recorrer ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Os advogados alegam que houve “nulidades verificadas ao longo do debate” que, segundo eles, comprometeram a lisura do julgamento e influenciaram diretamente a decisão dos jurados.
Crime foi inicialmente tratado como homicídio culposo
No dia do crime, em 2018, Marcelo afirmou que o disparo teria sido acidental. Segundo sua versão, ele estaria limpando a pistola e, ao retirar o carregador, pressionou a arma sem saber que ainda havia uma bala na câmara. O tiro atingiu o rosto de Débora Forcolén, que morreu no local.
Essa justificativa levou a Justiça, inicialmente, a enquadrar o caso como homicídio culposo — quando não há intenção de matar — permitindo que o réu respondesse em liberdade.
Relatos de agressões e mudança na linha da investigação
A família da vítima relatou que Débora vivia um relacionamento conturbado com o empresário e que já havia sinais de agressões anteriores. Diante do histórico de violência doméstica, a delegada Roberta Bertoldo, da 2ª Delegacia de Homicídios, reclassificou o caso como homicídio com dolo eventual, solicitando a prisão preventiva do suspeito.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul acolheu a nova versão e ofereceu denúncia por feminicídio, ao entender que a morte da jovem ocorreu no contexto de violência doméstica e por motivação ligada ao gênero.
Feminicídio em Porto Alegre reacende alerta sobre violência contra a mulher
A condenação de Marcelo de Oliveira Bueno por feminicídio reforça a urgência no combate à violência contra a mulher no Brasil. Casos como o de Débora Forcolén mostram a importância da denúncia precoce e da atuação efetiva das autoridades para evitar que relacionamentos abusivos terminem em tragédia.
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