Prejuízos chegam a R$ 64,8 bilhões

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Relatório produzido pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) revelou que, de 2013 a 2024, os desastres naturais geraram prejuízos superiores a R$ 64,8 bilhões na Paraíba. Conforme o levantamento, os danos ao patrimônio público atingiram o patamar mais alto, totalizando R$ 44,3 bilhões. Também foram registrados R$ 178,9 milhões em prejuízos habitacionais e R$ 20,2 bilhões em prejuízos privados.

De acordo com a CNM, a Paraíba lidera o ranking nacional de emissão de decretos de emergência relacionados à seca/estiagem. Foram feitas 4.508 publicações no período de 2013 a 2024. Outros estados da Região Nordeste fecham o top 5: Bahia, com 4.016 decretos; Rio Grande do Norte, com 3.095; Pernambuco, com 2.741; e Ceará, com 2.412. No total, os estados nordestinos somam 20,4 mil decretos, o que representa mais de 72% do total nacional nos últimos 12 anos.

Por outro lado, a Paraíba foi a segunda unidade federativa com menor número de decretos de emergência relacionados à chuva. De 2013 a 2024, foram registradas 28 publicações oficiais. O relatório estima que 21,6 mil pessoas tenham ficado desalojadas e outras 28,9 mil tenham ficado desabrigadas, temporariamente, devido aos desastres naturais ocorridos no período analisado. O estado não registrou mortes relacionadas às catástrofes.

Dados nacionais

O mapeamento da CNM revelou que 95% dos municípios do país foram diretamente afetados por eventos climáticos extremos. Para o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, as ocorrências evidenciam a vulnerabilidade à qual as administrações municipais são submetidas. “Os Municípios não conseguem resolver isso sozinhos, e precisam lidar com as consequências. É urgente a adoção de ações integradas de prevenção de desastres e gestão de riscos”, afirmou.

Os problemas mais recorrentes foram a seca e a estiagem, responsáveis por 27,9 mil registros de anormalidades; seguido de problemas causados pelo excesso de chuvas, com 20,4 mil decretos. Esses fenômenos antagônicos motivaram 48,4 mil pedidos de apoio ao Governo Federal, ou seja, 68,9% dos 70.361 decretos dos últimos 12 anos. Outros 22,8% foram resultados de dificuldades com doenças infecciosas; 5,7% por incêndios florestais; 2,5% por vendavais, geadas e granizos; e 0,2% por ondas de calor.

O panorama também mostrou que R$ 13,4 bilhões foram previstos para gestão de riscos e prevenção de desastres, no período analisado, mas menos de 40% dos valores autorizados foram efetivamente pagos. “O Governo Federal repassou R$ 5,3 bilhões aos municípios para ações de Proteção e Defesa Civil, o que representa somente 39,8% prometido. Nos decretos de situação de anormalidade, só 48% dos municípios preencheram [as informações de] danos causados, e mesmo assim de forma muito elementar, porque os prefeitos não acreditam mais no Governo Federal”, reportou Ziulkoski.

Ainda conforme a CNM, houve impacto em outros setores, como a Agricultura e a Pecuária, que tiveram perdas de R$ 325,6 bilhões e R$ 94,4 bilhões, respectivamente. A recorrência de casos causou dano de R$ 86 bilhões nas instalações públicas de saúde; R$ 61,2 bilhões no abastecimento de água potável; R$ 43,4 bilhões em habitação; R$ 42,4 bilhões em obras de infraestrutura; R$ 23,3 bilhões no sistema de transporte; e R$ 9,5 bilhões (1,3%) na indústria.

Alerta

Excluindo os números da pandemia de Covid-19, o estudo apontou crescimento significativo no número de desastres de origem biológica — bacterianas, parasitárias e virais. De 2013 e 2019, esse tipo de problema representava somente 0,43% do total de anormalidade; de 2022 a 2024, o percentual subiu para 8,7%.

 

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A União

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