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O pediatra Fernando Cunha Lima, de 81 anos, acusado de abusar sexualmente de crianças durante consultas médicas, foi transferido nesta quarta-feira (14) para a Penitenciária do Valentina de Figueiredo, em João Pessoa. Ele estava detido em Pernambuco desde o dia 7 de março, quando foi preso preventivamente por ordem da Justiça da Paraíba.
A transferência do acusado ocorre após cobrança formal da juíza Virgínia Gaudêncio de Novais, da Vara de Execução Penal da capital paraibana, que enviou ofícios à Secretaria Executiva de Ressocialização de Pernambuco (SERES-PE), à 1ª Vara de Execuções Penais daquele estado e também à própria Vara local, exigindo explicações para a demora no cumprimento da ordem judicial de remoção.
A Gerência Executiva do Sistema Penitenciário da Paraíba (GESIPE-PB) já havia protocolado diversos pedidos de transferência, mas não obtinha respostas conclusivas. O atraso gerou desconforto entre os órgãos envolvidos e atrasou o andamento do processo criminal. Agora, com o acusado custodiado em território paraibano, a expectativa é que os próximos atos processuais ocorram com maior celeridade.
“Tenho certeza. Eu vou ficar só dois dias e saio”
A nova etapa do caso contrasta diretamente com a confiança demonstrada pelo próprio Fernando Cunha Lima no momento em que foi preso. Em 17 de março, ao chegar à Central de Polícia de João Pessoa, o médico deu entrevista à imprensa e afirmou, com convicção: “Agora, com a minha doença, eu não vou ficar preso”. Ao ser questionado por um repórter se tinha certeza do que dizia, ele respondeu: “Tenho certeza. Eu vou ficar só dois dias e saio”.
Dois meses depois, a previsão não se cumpriu. Acusado de um dos crimes mais graves do Código Penal — estupro de vulnerável —, o médico permanece preso, agora sob custódia da Justiça paraibana.
O processo corre sob sigilo, mas envolve depoimentos de vítimas e familiares que relataram abusos durante atendimentos médicos. A defesa do médico nega as acusações e alega problemas de saúde para pleitear a liberdade, mas os pedidos de soltura foram negados até o momento.
Fernando Cunha Lima segue à disposição da Justiça da Paraíba, que conduz a investigação e poderá levá-lo a julgamento pelas acusações que enfrenta.
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