
Beto Vaz e Carlos Alberto de Sousa, pais de meninas que também foram assassinadas, se solidarizaram e prestaram apoio à família de Lara Maria de Oliveira Nascimento, vítima de Campo limpo Paulista (SP). Pais de Vitória Sousa e Vitória Gabrielly acompanharam júri de homem acusado de matar adolescente em Campo Limpo Paulista (SP)
TV TEM/Reprodução
Os pais de Vitória Gabrielly e Vitória Sousa, jovens que também foram assassinadas e encontradas com marcas de violência, acompanharam o júri popular que condenou Wellington Galindo de Queiroz, de 42 anos, a mais de 19 anos de prisão pela morte de Lara Maria de Oliveira Nascimento, de 12 anos, nesta segunda-feira (12), em Campo Limpo Paulista (SP).
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Beto Vaz e Carlos Alberto de Sousa perderam as filhas de 12 e 17 anos, respectivamente, vítimas de crimes de violência. Eles se solidarizaram com a família de Lara, que também precisou lidar com o luto e reviver o sofrimento durante o júri.
Wellington foi condenado a 19 anos, 9 meses e 18 dias de prisão em regime fechado por matar Lara em março de 2022. O corpo da menina foi encontrado três dias depois de ela desaparecer após sair de casa para comprar refrigerante. Ela estava em um terreno na cidade de Francisco Morato (SP).
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Polícia Civil/Divulgação/Arquivo pessoal
À TV TEM, Carlos Alberto, pai de Vitória Regina de Sousa, jovem que foi morta com sinais de tortura em Cajamar, na região da capital paulista, contou que esteve presente durante o julgamento para apoiar a família de Lara, que enfrenta a mesma situação que a dele.
“O meu objetivo é só dar apoio à família e lutar por justiça. Só isso. É a mesma coisa que eu quero para a minha filha, a justiça. Mais nada. Eu vim aqui para dar um apoio, se precisasse de alguma coisa, o que eu puder fazer, eu faço. É pela justiça”, declarou.
Carlos Alberto de Sousa, pai de Vitória Regina de Sousa, menina que foi assassinada em Cajamar (SP), compareceu ao júri popular de homem que matou adolescente em Campo Limpo Paulista (SP)
TV TEM/Reprodução
Vitória Souza foi encontrada morta em uma área de mata em Cajamar no início de março deste ano. Ela estava desaparecida havia uma semana. O corpo de Vitória estava em estado avançado de decomposição, com o cabelo raspado, sinais de violência e sem roupas. A jovem havia sumido após sair do shopping onde trabalhava para retornar à casa dos pais.
Carlos também disse que não gostou do resultado do júri, pois, segundo ele, o tempo de prisão foi muito pouco. “Um traste desse daí vai ficar aí na rua por seis anos. E a menina que não volta mais, como é que faz? E a família, como é que fica?”, disse.
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Reprodução
Beto Vaz, pai de Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, de 12 anos, encontrada morta em uma estrada de terra ao lado dos patins, em Araçariguama (SP), em junho de 2018, também compareceu ao júri popular em Campo Limpo Paulista.
Vitória Gabrielly desapareceu ao sair para andar de patins. O corpo dela foi localizado oito dias depois, em uma mata às margens de uma estrada de terra, no bairro Caxambu. Segundo a polícia, a garota estava com os pés e as mãos atados e o corpo amarrado a uma árvore.
“A gente veio trazer um apoio. A partir do momento que nós recebemos esse auxílio quando nós precisamos, foram muitos os abraços. Essas famílias de vítimas nos acolheram quando a gente mais precisou, então trazer isso, devolver isso, é uma obrigação nossa”, declarou Beto.
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Beto Vaz, pai de Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, encontrada morta em Araçariguama (SP), em 2018, esteve em júri popular de homem acusado de matar adolescente em Campo Limpo Paulista (SP)
TV TEM/Reprodução
À TV TEM, ele ainda disse que o sentimento que trouxe neste dia é o de dar voz à vítima e lutar por justiça diante de um crime brutal.
“A gente fica se perguntando qual o valor de uma vida e o que precisa acontecer para que as condenações e as penas sejam máximas. Olha o sofrimento da família, buscando primeiro, até encontrar o foragido, para depois conseguir levá-lo à justiça, e depois que leva à justiça, 19 anos. Então, o que gera pra gente é indignação. (…) Nessas horas o que eles [familiares] precisam é de um abraço amigo, é de quem possa estar compartilhando da mesma dor, vivenciou a mesma dor junto e, por isso, a gente caminha junto aonde for. O que tiver fazer, a gente vai estar fazendo sempre junto com eles”, disse Beto.
“É difícil porque a sensação é essa mesmo: a gente não consegue alcançar a sensação de paz. Você sabe que a qualquer momento podem estar na rua. Você ameniza a dor, mas você não consegue suprimir, isso você não vai conseguir, infelizmente. Ressignificar. É como você vai superar a sua dor”, finalizou o pai.
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Reprodução/TV TEM
O júri
Os jurados foram escolhidos por meio de um sorteio feito pelo juiz. Ao todo, sete pessoas fizeram parte do júri, sendo cinco mulheres e dois homens. A maioria dos jurados sorteados trabalha como professor, apenas um deles atua como assistente administrativo.
Além dos sete jurados, o júri também foi formado por oito testemunhas, sendo cinco de defesa e três de acusação.
Após a sentença, Luana Nascimento, mãe de Lara, falou sobre o resultado do júri. “Foi um dia muito pesado, muito forte, muito estressante, muito triste e muito doloroso. É injusto demais, a vida inteira de uma criança foi arrancada, 19 anos de pena, com 6 anos ele tem a progressão de regime aberto. É muito doloroso saber de todo o sofrimento que ela passou, tudo que ela lutou, para esse homem ficar só esse pouco de tempo preso, é muito triste”, declarou.
A defesa de Wellington Galindo também informou que vai recorrer à decisão.
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Régis Rosa/TV TEM
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