“Saúde jurídica” melhora e ação da Hapvida dispara

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Depois de muito tempo sendo prejudicada pelos temas de sinistralidade e contingências judiciais, a Hapvida conseguiu mostrar sinais de melhora nessas duas frentes no primeiro trimestre.

O avanço nesses pontos, combinados com um melhor fluxo de caixa livre, injetou ânimo nas ações da operadora de saúde verticalizada, que lideram as altas dos papéis do Ibovespa nesta terça-feira, 13 de maio.

No dia em que o principal índice da B3 opera com alta de mais de 1%, as ações da Hapvida subiam 11,72% perto das 12h57, a R$ 2,67. No ano, os papéis acumulam alta de 23%, levando o valor de mercado a R$ 20,1 bilhões.

O balanço divulgado pela Hapvida na segunda-feira à noite, 12 de maio, recebeu bastante elogios dos analistas, muitos deles destacando que o desempenho superou as expectativas para o período.

A companhia registrou um lucro líquido ajustado de R$ 416,4 milhões nos primeiros três meses do ano, queda de 15,8% em base anual, enquanto sem ajustes totalizou R$ 54,3 milhões, queda de 35%. A média das expectativas de analistas consultados pela Bloomberg apontava para um lucro de R$ 275 milhões.

A receita da Hapvida no começo do ano cresceu 7,3%, para R$ 7,5 bilhões, enquanto o Ebitda ajustado totalizou R$ 1 bilhão, alta de 0,5%.

Mais do que o desempenho das principais linhas do balanço, o que chamou a atenção de analistas e investidores foi com a sinalização de melhora na formação dos depósitos judiciais no trimestre.

“Acreditamos que o destaque do trimestre foi que a constituição de novos depósitos judiciais (impacto caixa) foi reduzida para R$ 136 milhões no primeiro trimestre (contra R$ 204 milhões no quarto trimestre de 2024, que também era nossa expectativa para o primeiro trimestre), o que pode ser lido como um indicador de moderação dos volumes de ações cíveis movidas contra a empresa”, diz trecho do relatório do Goldman Sachs.

O BB Investimentos destaca que a companhia tem tomado uma série de atitudes positivas na frente da judicialização, tema que vinha sendo levantado por diversos analistas como um ponto de atenção.

“Observamos que as diversas frentes de atuação para controle têm apresentado uma redução gradual das contingências, quando avaliadas como percentual da receita líquida”, diz trecho do relatório. A relação entre contingências e receita líquida caiu entre o quarto e o primeiro trimestre, de 3,3% para 2,9%.

Os avanços com passivos jurídicos deram uma força na parte do fluxo de caixa. O BTG Pactual destacou que o avanço nesse tema, mais melhorias operacionais, ajudaram a ofuscar o aumento de 90% do capex e resultar numa geração de fluxo de caixa operacional livre robusta, de R$ 570 milhões.

O resultado está abaixo dos R$ 614 milhões do mesmo período do ano anterior, mas os analistas do banco apontam que a base de comparação é muito elevada. Já a XP Investimentos apontou que o fluxo de caixa é positivo e foi obtido graças a uma conversão de caixa operacional de 86%. Esse desempenho ajudou a reduzir a alavancagem financeira de 1,06 vez para 0,98 vez.

Outro ponto destacado pelos analistas foi a sinistralidade caixa, principal custo de serviços prestados. No primeiro trimestre, este indicador atingiu 68,6%, aumento de 0,7 ponto percentual na comparação trimestral e anual, resultado que inclui procedimentos assistenciais provenientes de ações judiciais, ponto que passou a ser incluído em janeiro.

Excluindo esse efeito, a sinistralidade caixa teria sido de 67,6%, queda de 0,4 ponto percentual em base anual, um resultados surpreendente, segundo o BTG Pactual, apontando que a empresa está indo bem no controle de custos.

Além desses pontos, os analistas destacam que a Hapvida conseguiu elevar a receita líquida graças a reajustes em contratos, algo que ajudou a compensar a redução de 54,8 mil beneficiários em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

“Para nós, os resultados do primeiro trimestre são encorajadores, principalmente porque as iniciativas da companhia para lidar com questões judiciais começaram a ter efeitos positivos”, diz trecho do relatório do BTG Pactual. “Com o valuation atual se mostrando atrativo para um play de valor, nós mantemos a recomendação de compra, mas queremos ver tendências robustas de crescimento orgânico daqui para frente.”

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