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Não é difícil encontrar pelas produções mundiais filmes com o argumento de uma festa em família em que o patriarca da casa morre — ou é assassinado. O dinamarquês Festa de Família, de 1995, de Thomas Vintenberg, por exemplo, desenvolve a ação em uma reunião cheia de dramas, tensões e surpresas. Na Paraíba, o argumento do parricídio em uma festa foi atualizado para um clima mais ameno, também de drama, mas com bastante comédia, pelo médico e diretor Carlos Mello na minissérie Mistério no Seridó, que terá exibição no formato de longa-metragem hoje, às 19h, para imprensa e convidados no auditório do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB). Mello explica que ainda não há previsão para o lançamento geral, porque o filme está circulando pelos festivais. “Inclusive já mandamos para um festival em São Paulo, o Festival de Cinema de Brasília, e para o Rio de Janeiro. Vamos ver se vai ser aprovado”, torce Mello.
O filme é baseado no quinto livro de autoria também do diretor, que leva o mesmo nome da minissérie. Na bagagem, uma trilogia medieval e um suspense no estilo O Código da Vinci, de Dan Brown.
“Eu nunca tinha escrito uma comédia. Como é que poderia ser uma? Me baseei grosseiramente no Assassinato do Expresso Oriente, da Agatha Christie. Só que o assassinato ocorre no trem, e o livro adapta para a Paraíba”.
Segundo a sinopse, todos são suspeitos quando o misterioso assassinato é cometido na sede da Fazenda Rio Grande, na cidade de Taperoá, no interior da Paraíba. Nas festas de comemoração do aniversário de setenta anos, com toda família e amigos reunidos, o Coronel Tenório Batista de Azevedo é assassinado a sangue frio. A polícia é acionada para investigar o caso e precisa correr para solucionar o mistério, que abalou a rotina dos habitantes dessa cidade do seridó paraibano.
“Tem a família e os amigos e tudo se desenrola nesses dois, três dias que o delegado está na fazenda, sem deixar ninguém sair até resolver o crime. E aí entra a parte cômica, caricata dos personagens, muito ditado popular do Nordeste, bem regional. Ele tem um viés regional muito forte”, coloca o autor e diretor.
Para reforçar as nuances locais e regionais, a equipe técnica e elenco são formados principalmente por artistas paraibanos, como é o caso de Jessier Quirino, Erivan Lima e Sebastião Formiga. Além disso, é o primeiro longa da produtora paraibana Cinection.
As filmagens aconteceram em João Pessoa e Taperoá, e contaram com apoio parcial da Lei Paulo Gustavo. “Esse filme nasce do meu amor pelo cinema. É feito com talento local e mostra a força artística e técnica da Paraíba”, finaliza Carlos.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 13 de maio de 2025.
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A União