O “exército” de 300 robôs da Oliveira Trust que defende o interesse dos investidores

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O mercado de capitais brasileiro registrou um recorde histórico de captação em 2024, alcançando R$ 783,4 bilhões, um crescimento de 66,7% em relação ao ano anterior. Desse montante, 90% foram direcionados para renda fixa, uma tendência que deve se manter em 2025.

“Com a taxa Selic ainda bastante elevada, ao longo deste ano, essa fotografia deve se repetir e até talvez um pouquinho para o início de 2026”, afirma José Alexandre Freitas, CEO da Oliveira Trust, em entrevista ao programa Números Falam, do NeoFeed.

A Oliveira Trust, que detém 39% de participação de mercado como agente fiduciário, registrou R$ 175 bilhões em ativos sob custódia no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 13% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

A empresa também apresentou R$ 155 bilhões em ativos sob administração (AuA), além da participação de 33% nas novas operações de CRIs, CRAs e debêntures. E entre os produtos que impulsionaram essa expansão estão os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs).

O CEO explica que os FIDCs representam um dos produtos mais complexos do mercado financeiro, demandando soluções tecnológicas avançadas.

“Não tem nenhum ativo no mercado que seja tão complexo em termos de relatório, de governança, de relacionamento. Não existem dois fundos iguais,” afirma Freitas.

Essa complexidade se traduz em desafios únicos. Uma empresa do setor de varejo pediu para a Oliveira Freitas criar um FIDC que opera ininterruptamente. A necessidade de estar 24 por 7 visava a atender lojistas que precisavam antecipar uma parte do que tinha a receber no fim de semana.

“Como é que você consegue acompanhar e ter um nível de conciliação e relacionamento com a empresa se você não tiver uma tecnologia, um sistema próprio que seja adaptável a esse tipo de cenário?”, diz Freitas.

Esse fundo opera há um ano sem qualquer intervenção manual, com processamento automatizado via API. Os analistas recebem o tempo todo o processamento, a informação, mas ninguém vai apertar um botão.

Para manter esse ritmo, a empresa tem apostado fortemente em inovação tecnológica. A companhia implementou completamente o blockchain em seu sistema de controle de titularidade de investidores, eliminando o uso de papel.

“A utilização hoje é 100% de sistemas. São mais de 300 robôs desenvolvidos internamente para monitoramento e automação de processos”, diz o CEO. “Seria impossível fazer o que a gente faz com o número de profissionais que nós temos sem tecnologia.”

Desde 2020, a Oliveira Trust começou a desenhar uma abertura de capital. Os balanços publicados trimestralmente – com um CAGR próximo de 20% – servem de preparação para quando a janela dos IPOs voltar a abrir no Brasil e a empresa conseguir fazer uma emissão primária.

“Um bilhão de reais em faturamento anual é o meu alvo pessoal”, afirma Freitas, que também projeta alcançar R$ 200 bilhões em fundos sob administração.

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Neofeed

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