Mercados globais disparam após acordo entre EUA e China para reduzir tarifas de importação

Entendimento entre as duas maiores economias do mundo impulsiona Bolsas, fortalece o dólar e eleva o preço do petróleo

As Bolsas de valores globais iniciaram a semana em forte alta nesta segunda-feira (12) após o anúncio de um acordo entre Estados Unidos e China para reduzir, por 90 dias, as tarifas aplicadas sobre produtos importados entre os dois países. O gesto é visto como uma tentativa de aliviar as tensões comerciais que vinham se intensificando desde o início de abril.

Conforme comunicado conjunto divulgado nesta madrugada, os EUA reduzirão as tarifas de 145% para 30% sobre produtos chineses, enquanto a China diminuirá as alíquotas de 125% para 10% sobre mercadorias americanas. As mudanças passam a valer a partir do dia 14 de maio.

Bolsas sobem na Ásia, Europa e EUA

A notícia repercutiu imediatamente nos mercados. Na Ásia, as principais Bolsas fecharam em alta: Hong Kong subiu 2,98%, Shenzen 1,72%, Xangai 0,82%, Tóquio 0,38% e Coreia do Sul 1,17%. Na Europa, os índices também abriram no azul: Londres subia 0,37%, Frankfurt 1,02% e Paris 1,34%, por volta das 7h30.

Nos Estados Unidos, os contratos futuros dispararam: o S&P 500 avançava 3%, o Nasdaq 3,9% e o Dow Jones 2,4%. Ações das chamadas “Sete Magníficas”, como Tesla (+7%), Nvidia (+4,5%), Amazon e Meta (entre +5% e +6,5%), Apple (+6,5%), Microsoft e Alphabet (entre +2% e +3%) também apresentavam forte valorização no pré-mercado.

Dólar e petróleo em alta; ouro recua

O dólar também se fortaleceu frente a uma cesta de moedas internacionais, com o índice DXY registrando alta superior a 1,2%. O petróleo tipo Brent subia 2,96%, cotado a US$ 65,80, enquanto o WTI avançava 3,13%, chegando a US$ 62,93.

Em contrapartida, o ouro — considerado um investimento de segurança em tempos de instabilidade — recuava 3,3%, atingindo US$ 3.215,07 a onça-troy, o menor valor desde 1º de maio. A queda reflete a percepção de maior estabilidade econômica após o acordo.

Autoridades destacam abertura para novas negociações

Durante coletiva em Genebra, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que as negociações foram “robustas e produtivas”, com destaque para o compromisso de ambas as partes em evitar o “desacoplamento econômico”. Ele destacou que, embora o acordo envolva tarifas sobre o fentanil e outros produtos, as tarifas setoriais impostas a todos os parceiros comerciais seguem inalteradas, assim como aquelas instituídas ainda durante o primeiro mandato de Donald Trump.

A China, por meio da agência estatal Xinhua, reiterou seu compromisso com o desenvolvimento de uma relação estável com os EUA, reforçando que “pressões e ameaças não são o caminho certo para lidar com o país”.

Cautela ainda é necessária, dizem analistas

Apesar da euforia nos mercados, analistas lembram que, historicamente, acordos semelhantes entre EUA e China enfrentaram dificuldades para se manterem. Em 2018, os dois países chegaram a uma pausa na guerra comercial, mas os EUA recuaram, o que levou a novas tarifas e quase dois anos de negociações até o chamado “acordo de Fase Um”, assinado em janeiro de 2020. Na ocasião, a China não cumpriu integralmente o compromisso de compra assumido.

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