Para reduzir dívida, Raízen vende usina por R$ 425 milhões

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A Raízen anunciou nesta segunda-feira, 12 de maio, a venda de mais um ativo para reduzir a alavancagem financeira, que fechou o terceiro trimestre do ano safra 2024/2025, encerrado em dezembro, em 3,0 vezes.

A companhia divulgou que sua subsidiária Raízen Energia assinou com a Ferrari Agroindústria e a Agromen Sementes Agrícolas a venda da Usina de Leme, por cerca de R$ 425 milhões. A operação prevê o recebimento do valor à vista no fechamento da operação, que precisa ser aprovada por autoridades regulatórias e cumprir condições precedentes não especificadas.

Localizada em Leme, no polo de produção de cana de Piracicaba, no interior de São Paulo, a usina possui uma capacidade instalada de 1,8 milhão de toneladas por safra. O comunicado informa ainda que, além da usina, a operação envolverá a cessão de aproximadamente 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar.

A Raízen, joint venture entre o grupo Cosan e a Shell, está revendo seu portfólio para lidar com o alto nível de endividamento, fruto de investimentos feitos desde a abertura de capital, em 2021, e do recente ciclo de alta de juros.

No terceiro trimestre, a dívida líquida cresceu 22,5% em base anual, para R$ 38,6 bilhões, com a alavancagem subindo de 1,9 vez para 3 vezes. Desde o IPO, as ações da Raízen acumulam queda de 75,7%.

Dentre as mais recentes operações de reciclagem de portfólio estão a venda de direitos de exploração de 900 mil toneladas de cana-de-açúcar, por R$ 384 milhões, e a venda de projetos geração distribuída de energia no montante bruto de caixa (diferença entre o valor da venda dos ativos e os investimentos restantes para o desenvolvimento dos projetos) de aproximadamente R$ 475 milhões.

A companhia diluiu também sua participação na operação de distribuição de combustível Raízen Paraguay de 50% para até 27,4%, o que permitirá deixar de desembolsar o equivalente a até US$ 54 milhões até novembro de 2026.

Uma apuração da agência de notícias Bloomberg, publicada em novembro do ano passado, dizia que a Raízen estava considerando vender uma participação em suas usinas de etanol de segunda geração (E2G), biocombustível feito a partir dos resíduos do processo de fabricação do etanol comum e do açúcar.

A reportagem indicou ainda que a empresa também analisa vender sua participação na operadora brasileira das lojas de conveniência Oxxo, na qual é parceira com a mexicana Fomento Economico Mexicano SAB.

Procurada pelo NeoFeed para falar da venda da Usina de Leme e de outros desinvestimentos e do processo de redução do endividamento, a Raízen informou que não iria comentar.

As ações da Raízen fecharam o pregão de sexta-feira, 9 de maio, com queda de 1,10%, a R$ 1,80. No ano, os papéis acumulam baixa de 15,5%, levando o valor de mercado a R$ 2,45 bilhões.

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Neofeed

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