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Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém encontros com líderes de regimes autoritários ao redor do mundo, como o venezuelano Nicolás Maduro e o russo Vladimir Putin, a cobertura da imprensa nacional trata as agendas como eventos diplomáticos convencionais, sem qualquer tom crítico ou questionamento sobre alinhamentos ideológicos ou violações de direitos humanos dos interlocutores.

Na mais recente viagem à Rússia, Lula participa das celebrações do 80º aniversário da vitória soviética sobre o nazismo, em Moscou, como convidado especial do presidente Vladimir Putin — chefe de Estado que enfrenta sanções internacionais e uma ordem de prisão do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra na Ucrânia. Lula foi o único líder de uma grande democracia ocidental presente ao lado de Putin na cerimônia, marcada pela presença de outros chefes de Estado com histórico autoritário.
Entre os presentes no evento estavam Nicolás Maduro (Venezuela), Alexander Lukashenko (Bielorrússia), Xi Jinping (China), Milorad Dodik (República Sérvia da Bósnia e Herzegovina) e Mahmoud Abbas (Autoridade Palestina). Os líderes listados lideram regimes frequentemente denunciados por repressão interna, censura, perseguição a opositores e ausência de liberdades civis básicas.


Apesar do peso político e ideológico do encontro, a imprensa brasileira porta-se com tom neutro na cobertura, tratando-o como parte da atuação internacional do Brasil nos BRICS e ignorando o conteúdo geopolítico das alianças em curso.
A mesma postura, no entanto, não foi observada quando o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, se encontrou com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante missão oficial ao país. O gesto de Caiado incluiu ainda um pedido público de desculpas ao povo israelense, após declarações de Lula comparando as ações de Israel em Gaza ao Holocausto — fala que resultou em repúdio internacional e deteriorou as relações entre os dois países.
A imprensa brasileira tratou o encontro de Caiado com Netanyahu de forma crítica, atribuindo ao gesto uma possível tentativa de capitalização política e atacando o simbolismo da visita.
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Fonte : Conexão Politica