MPSC denuncia dez pessoas por formação de cartel funerário em Chapecó

MPSC denuncia dez pessoas por formação de cartel funerário em Chapecó

Dez pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por envolvimento em um suposto esquema criminoso que visava estabelecer um cartel no setor funerário em Chapecó, no Oeste catarinense.

A denúncia tem como base as investigações da Operação Cortejo, deflagrada em novembro de 2024 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). Conforme apurado, o grupo atuava com o objetivo de eliminar concorrentes por meio de ameaças, encontros clandestinos e intimidação de empresários do ramo.

Durante a execução dos mandados da operação, dois fatos chamaram a atenção das autoridades: um empresário foi detido em flagrante por porte ilegal de armas de uso restrito, enquanto outro teve a casa vasculhada, onde foram encontrados restos mortais humanos escondidos no forro. A origem dos ossos ainda está sob apuração. Ambos respondem ao processo em liberdade.

“O que se sabe, até o momento, é que as ossadas estavam no forro da casa há cerca de quatro anos e que os restos mortais seriam de dois irmãos. A empresa funerária investigada teria sido contratada pela viúva de um dos mortos para reformar o túmulo e arrumar os restos mortais com acomodação de espaço para sepultamentos futuros. No entanto, depois de realizado os serviços do novo túmulo em 2020, as ossadas não foram devolvidas ao local. A fim de esclarecer pericialmente a identidade dos corpos, será requerido à Justiça a realização de exame de DNA dos ossos para comparação com o DNA de um irmão ainda vivo, identificado na investigação”, informou o MPSC.

Detalhes da acusação

De acordo com a peça acusatória, os fatos ocorreram entre julho e novembro de 2024. Nesse período, os denunciados – sócios e representantes de funerárias da cidade – teriam se unido para adotar práticas que impedissem a entrada e a atuação de novos concorrentes no mercado local. A atuação coordenada incluía desde a criação de um grupo no WhatsApp para discutir ações conjuntas até ameaças direcionadas a outros empresários.

Um dos episódios relatados na denúncia menciona a tentativa de abertura de uma nova funerária em Chapecó. Ao descobrirem a iniciativa, alguns dos envolvidos teriam comparecido ao local e ameaçado os responsáveis pela nova empresa, com o objetivo de barrar sua operação. Em outra situação, um funcionário dessa funerária foi supostamente intimidado nas dependências do Hospital Regional do Oeste e impedido de realizar o translado de um corpo.

Conforme o MPSC, os atos foram praticados com a anuência dos sócios das funerárias investigadas, o que evidencia a intenção deliberada de restringir a concorrência no setor e obter vantagens econômicas indevidas.

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