Gleisi defende Galípolo e diz que juros altos ainda são “herança maldita” de Campos Neto

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Foto – Vinícius Loures

A ministra Gleisi Hoffmann (PT), das Relações Institucionais, voltou a defender o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, após a sexta alta consecutiva da taxa Selic, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta (7), dizendo que ainda é reflexo de uma “herança maldita” do antecessor Roberto Campos Neto.

Com a nova elevação, a taxa básica de juros chegou a 14,75%, a maior desde 2006. A decisão tem sido alvo de críticas por parte de movimentos sociais e lideranças do governo federal, que esperavam uma mudança na condução da política monetária desde a troca de comando na instituição.

“O Galípolo vem administrando uma herança maldita do Banco Central, que foi a forma como o ex-presidente se comportava e induzia o mercado a fazer avaliações de que tinha que subir a taxa de juros. Ele fazia um terrorismo fiscal. Entendo que o Galípolo está agora administrando um rescaldo disso”, afirmou Gleisi nesta quinta (8).

A crítica da ministra foi em referência a Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao comando da autarquia, e que era altamente atacado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no começo desta terceira gestão.

Apesar de defender Galípolo jogando a culpa no antecessor, Gleisi também criticou o atual patamar dos juros.

“É óbvio que eu não concordo com uma taxa de juros tão alta. Não só eu como o Brasil inteiro. Espero que, para a próxima reunião do Copom, a gente já tenha uma outra avaliação, até porque a realidade tem mudado muito”, declarou.

A expectativa no governo é de que o Banco Central interrompa a elevação dos juros, principalmente após o Relatório Focus desta semana indicar a taxa de 14,75 como a prevista para o final deste ano.

Gabriel Galípolo assumiu o comando do Banco Central em janeiro deste ano, após já ter ocupado o cargo de diretor de Política Monetária. A indicação teve o aval de Lula e foi aprovada pelo Senado.

Ainda nesta quinta (8), Gleisi se reuniu em São Paulo com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e do grupo de trabalho sobre spread bancário do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, conhecido como “Conselhão”. Durante cerca de duas horas de conversa, a ministra discutiu medidas para facilitar o acesso ao crédito e reduzir os custos dos empréstimos.

“A gente tem que ter com eles uma parceria para fazer com que esse crédito seja viabilizado e chegue de forma mais barata na mão do trabalhador”, pontuou a ministra.

Segundo Gleisi, a proposta do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, de autorizar o novo crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada, deve incentivar a concorrência entre bancos e, assim, baixar os juros. Ela afirmou que recebeu dos bancos o compromisso de que o custo do crédito ao consumidor cairá.

“Recebemos por parte dos presidentes de bancos a garantia de que isso vai ser uma realidade logo, até pela concorrência das instituições bancárias. Então, nós vamos acompanhar e, obviamente, ter essa interlocução nos ajuda a avançar nos temas importantes”, concluiu.

Durante o encontro, também foi debatida a pressão para que o governo não fixe um teto para os juros do consignado destinado a aposentados e pensionistas do INSS. A medida, segundo Gleisi, foi alvo de pedidos dos bancos presentes à reunião.

Crédito Gazeta do Povo

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Fonte:
Paulo Figueiredo

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