Implementação de câmeras de reconhecimento facial em SC recebe investimento de R$ 35 milhões

Agentes da PMSC em fiscalização no centro de Florianópolis

Para a Polícia Militar, implementação de câmeras de reconhecimento facial é crucial para a segurança pública catarinense – Foto: PMSC/Secom/ND

A implementação de câmeras de reconhecimento facial em Santa Catarina é uma das estratégias do estado para se manter como o mais seguro do Brasil, posto que ocupa desde 2023.

O recurso foi testado durante o Carnaval 2025, ajudando na identificação e captura de cinco foragidos da Justiça. Cerca de R$ 35 milhões foram reservados pelo governo do estado para investimento na tecnologia.

A ferramenta irá complementar o cercamento eletrônico utilizado atualmente, que conta com câmeras de monitoramento e reconhecimento de placas veiculares.

O projeto está em desenvolvimento pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e deve, segundo o comandante da PMSC (Polícia Militar de Santa Catarina), coronel Emerson Fernandes, “apoiar o policial de forma mais assertiva”.

Comandante da Polícia Militar de Santa Catarina, coronel Emerson Fernandes

Comandante da Polícia Militar de Santa Catarina, coronel Emerson Fernandes – Foto: Léo Munhoz/ND

As câmeras de reconhecimento facial, segundo o comandante, não substituem o policiamento ostensivo, que deve aumentar a partir da proposta de valorização da carreira, anunciada na terça-feira (6), pelo governador Jorginho Mello (PL).

“Nós temos um déficit que é crônico, histórico e que já vem sendo suprido pelo governador Jorginho, à medida que nós ingressamos e formamos 600 policiais militares no ano passado. O governador já autorizou o ingresso de mais uma quantidade significativa este ano, que deve começar a escola no mês que vem”, destacou o comandante da PMSC ao ND Mais.

R$ 35 milhões destinados a câmeras de reconhecimento facial

O projeto, que não tem prazo para ser finalizado, prevê a compra de 1 mil câmeras de reconhecimento facial, que serão instaladas em 60 cidades catarinenses com população acima de 25 mil habitantes. A ideia é conseguir, a partir da tecnologia, identificar o rosto de pessoas com mandados de prisão em aberto e, até mesmo, desaparecidas.

Câmeras de reconhecimento facial em área pública

Câmeras de reconhecimento facial irão auxiliar na identificação de foragidos da Justiça e de pessoas desaparecidas – Foto: Flávio Tin/Arquivo ND

“A ampliação do parque tecnológico, como as câmeras com reconhecimento de placas, que ajudam muito na identificação das trilhas que o crime usa em rodovias federais e estaduais, vai apoiar muito a instituição, porque a inteligência artificial permite inúmeras funcionalidades. Essas alternativas ajudam muito no desenvolvimento do trabalho”, pontuou Fernandes.

A expectativa é de que a tecnologia possa, ao identificar um indivíduo com pendências judiciais, alertar as forças de segurança para que a captura seja realizada no menor tempo possível.

“Essas câmeras de reconhecimento facial poderão, conforme você programa o software, atuar de forma a gerar alarmes conforme certos tipos de comportamentos, invasão de espaço, de perímetro”, explicou o comandante ao ND Mais.

Câmeras corporais não devem voltar à PMSC

Desativadas desde setembro de 2024 por não atenderem mais à realidade da corporação, as câmeras corporais acopladas às fardas de policiais militares catarinenses não fazem parte dos planos da instituição. O projeto, iniciado em 2019 a partir de uma parceria com o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, foi pioneiro no Brasil.

Equipamentos foram instalados em 2019 e descontinuados em 2024 – Foto: Divulgação/PMSC/ND

“Na nossa diretoria de tecnologia, têm sido estudadas alternativas, mas não tem prazo e nós não estamos claros, ainda no âmbito da corporação, nós não estamos assertivos no retorno desse equipamento para o policial”, enfatizou o comandante da Polícia Militar de Santa Catarina.

A pesquisa “Câmeras corporais, uma revisão bibliográfica”, desenvolvida pela Secretaria Nacional de Segurança Pública e divulgada em 2024, mostra que, no Brasil, as câmeras corporais reduzem o uso de força e reclamações da conduta policial. Conforme o estudo, Santa Catarina registrou melhora na prestação do serviço a partir da utilização dos equipamentos.

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