O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificando-o como “anarquista” e suas declarações como “bobagens”. A declaração foi dada em entrevista à revista The New Yorker, publicada nesta quinta-feira, 8.
Segundo Lula, Trump defende uma “sociedade sem instituições”, alinhando-se à ideologia anarquista, que propõe a eliminação do Estado e de qualquer forma de autoridade. Para o petista, esse tipo de discurso representa um afastamento dos princípios democráticos construídos no pós-guerra, como o respeito à diversidade, à soberania nacional e à cooperação internacional.
Lula também criticou as políticas tarifárias adotadas por Trump durante seu mandato e observou que, em discursos no Congresso americano, “os republicanos estavam aplaudindo qualquer bobagem que ele dizia”.
Lula participa de evento oficial na Rússia
O presidente brasileiro está na Rússia para participar das comemorações pelos 80 anos do Dia da Vitória, que marca o fim da Segunda Guerra Mundial. Lula foi convidado por Vladimir Putin para o desfile militar na Praça Vermelha, em Moscou, nesta sexta-feira, 9.
O evento contará com a presença de chefes de Estado de 18 países, dos 29 convidados, a maioria classificados como autocracias. Estão entre os confirmados:
- Xi Jinping, presidente da China
- Miguel Díaz-Canel, de Cuba
- Aleksandr Lukashenko, de Belarus
O governo russo optou por não convidar lideranças da Europa Ocidental que se opuseram à ofensiva contra a Ucrânia ou impuseram sanções à Rússia.
Lula critica Biden e perde apoio da Ucrânia
Durante sua visita à Rússia, Lula pretende discutir a guerra na Ucrânia, embora tenha criticado a administração de Joe Biden, acusando o atual presidente dos EUA de se concentrar em destruir as forças russas em vez de promover um cessar-fogo.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que Lula não possui mais relevância internacional para intermediar a paz no conflito. Ainda assim, Lula afirmou:
“Se Trump mediar a paz, ele pode ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Mas isso terá um custo para a Europa, que terá de bancar a guerra e a reconstrução da Ucrânia.”