Bilionário pretende investir mais de US$ 200 bilhões no combate à pobreza, doenças infecciosas e mortalidade infantil
O cofundador da Microsoft, Bill Gates, anunciou nesta quinta-feira (8) que irá doar 99% de sua fortuna restante à Fundação Gates até 2045. O bilionário de 69 anos declarou que a instituição filantrópica, criada em 2000, pretende investir mais de US$ 200 bilhões (cerca de R$ 1,1 trilhão) nos próximos 20 anos em ações humanitárias em escala global.
Em uma carta aberta publicada nesta semana, Gates explicou que a decisão está alinhada com seu compromisso de não acumular riqueza. “As pessoas vão dizer muitas coisas quando eu morrer, mas estou decidido que ‘morreu rico’ não será uma delas”, escreveu.
Fundação Gates já aplicou mais de US$ 100 bilhões desde sua criação
Desde sua fundação, a entidade já destinou cerca de US$ 100 bilhões a ações de combate à pobreza, doenças infecciosas e apoio a sistemas de saúde e educação. Os ativos da Fundação Gates totalizavam US$ 71,3 bilhões (R$ 405,3 bilhões) ao fim de 2024. Para 2025, o orçamento previsto é de US$ 8,7 bilhões (R$ 49,4 bilhões).
Entre os projetos financiados pela instituição estão a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Iniciativa Global de Erradicação da Poliomielite (GPEI) e a Aliança para Vacinas (Gavi).
Foco nos próximos 20 anos: saúde, educação e erradicação de doenças
Segundo Gates, os últimos 20 anos de vida da fundação terão três prioridades principais: redução da mortalidade infantil, combate a doenças infecciosas (como pólio, sarampo, malária, HIV, tuberculose e dracunculíase) e fortalecimento de programas educacionais em países em desenvolvimento.
O diretor executivo da fundação, Mark Suzman, afirmou que a organização será “um vetor de estabilidade, continuidade e previsibilidade” nas próximas duas décadas. Ele reforçou que o encerramento definitivo da instituição está programado para 2045.
Críticas a Elon Musk e à política externa de Trump
O anúncio também foi marcado por duras críticas de Gates à política de redução da ajuda internacional dos Estados Unidos. Em entrevista ao The New York Times, ele responsabilizou Elon Musk pelo desmonte da agência USAID, que perdeu grande parte de seu orçamento de US$ 44 bilhões (R$ 250,1 bilhões) sob a administração Trump.
“O homem mais rico do mundo vai estar implicado na morte de algumas das crianças mais pobres do mundo”, declarou Gates, alertando para o impacto negativo do corte nos índices de mortalidade infantil.
Inspiração para outros bilionários
Ao final da carta, Bill Gates homenageou o investidor Warren Buffett, que doou parte significativa de sua fortuna à fundação e segue como referência em filantropia. “Espero que outras pessoas ricas percebam o quanto podem melhorar a sorte das pessoas mais pobres do mundo aumentando suas doações”, afirmou.
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