O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) 2025, apurado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro desde 2008 com base em dados oficiais e que avaliou dados públicos de 5.550 municípios do Brasil do ano de 2023, mostra que Santa Catarina está em segundo lugar entre os estados com maior número de municípios mais desenvolvidos do país, atrás apenas de São Paulo. O indicador, divulgado nesta quinta-feira (08), mostra que 11,2% das cidades catarinenses atingiram desenvolvimento alto, 83% tiveram desenvolvimento moderado, 5,8% tiveram desenvolvimento baixo e nenhuma teve desenvolvimento crítico. Foram analisados dados de emprego e renda, educação e saúde, com índices de zero a 1,0.
O município de SC mais bem colocado no ranking é São Bento do Sul, mas ficou apenas na 37ª posição entre os melhores do Brasil. E o pior colocado de SC é Entre Rios, na 294ª posição. Entre as capitais, Florianópolis recuou da 2ª posição em 2013 para a 10ª posição em 2023. No geral, a capital de SC ficou na 69ª posição estadual e 461ª posição nacional. Joinville, a maior cidade de SC, ficou na 21ª posição estadual e na 184ª nacional. A liderança nacional em maior desenvolvimento ficou com Águas de São Pedro, um município de São Paulo. E o último lugar, com Ipixuna, o estado do Amazonas.
Veja ranking dos 10 municípios melhores colocados em SC:
De acordo com IFDM, que é apurado anualmente, o ranking dos 10 municípios de Santa Catarina mais bem avaliados integrado, na ordem, por São Bento do Sul, Joaçaba, São Miguel do Oeste, Jaraguá do Sul, Brusque, Cocal do Sul, Criciúma, Corupá, Rio do Sul e Pomerode. Os municípios de SC com os piores desempenhos, na ordem, são: Entre Rios, Cerro Negro, Timbé do Sul, Balneário Arroio do Silva, Vargem, Chapadão do Lageado, Romelândia, Imaruí, Santa Terezinha do Progresso e Zortea.
As 10 melhores cidades do país, segundo esse ranking são: Águas de São Pedro (SP), São Caetano do Sul (SP), Curitiba (PR), Maringá (PR), Americana (SP), Toledo (PR), Marechal Cândido Rondon (PR), São José do Rio Preto (SP), Francisco Beltrão (PR) e Indaiatuba (SP). Para pesquisar o índice geral com todas as 5.550 cidades e também dados por cidades, acessar o site https://www.firjan.com.br/ifdm/consulta-ao-indice/.
Na avaliação de emprego, o IFDM considerou indicadores como absorção de mão de obra formal, PIB per capita, desligamentos voluntários e participação de salários no PIB. Em saúde, considerou internações por condições sensíveis à atenção básica, óbitos infantis evitáveis e médicos a cada mil habitantes. Em educação, avaliou nota do Ideb, matrículas em creches, adequação da formação docente e distorções idade-série.
A prefeitura de Florianópolis – cidade que teve recuo na avaliação – informou que está investindo para melhorar a educação. Para isso, trouxe o secretário Thiago Peixoto, com experiência comprovada em outros estados. Um dos focos é melhorar a aprendizagem.
A cidade teve também recuo no emprego, mas em 2023 ainda sofria efeitos da Covid-19, que afetou turismo e eventos, setores fortes no município. Atualmente, a cidade é destaque nacional em economia com 25% do PIB vindo do setor de tecnologia, argumentou a prefeitura.
Ao observar o resultado do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, pode-se concluir que os últimos indicadores sobre Santa Catarina mostram que o estado está melhor do que o resultado desse estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. Mas é mais uma avaliação que chama para a reflexão, sobre como as cidades e o estado pode melhorar. Um dos déficits importantes de SC é a qualidade da educação básica, que inclui desde creche até o ensino médio.
O indicador da Firjan foi elaborado considerando quatro conceitos: municípios com avaliação entre 0 e 0,4 – desenvolvimento crítico; entre 0,4 e 0,6 – desenvolvimento baixo; entre 0,6 e 0,8 – desenvolvimento moderado; e entre 0,8 e 1 – desenvolvimento alto. O estudo permite também avaliação absoluta por município e ano e comparações entre cidades e anos anteriores.
– É inadmissível que ainda hoje, apesar da melhoria nos últimos anos, a gente tenha um Brasil tão desigual. Através do IFDM conseguimos chamar a atenção para a situação crítica de muitas cidades, que nem sequer tem quantidade razoável de médicos para atender a população, em que a diversidade
econômica é tão baixa que sete em cada dez empregos formais são na administração pública. Nossos cálculos indicam que as cidades críticas têm, em média, mais de duas décadas de atraso em relação as mais desenvolvidas do país. É como se parte dos brasileiros ainda estivesse vivendo no século passado – comentou o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, na publicação divulgada para a imprensa. (Estela Benetti/NSC)