Pixote chegou ao Canil Municipal de Lajeado em setembro de 2013, ainda filhote. Desde então, nunca foi adotado. Prestes a completar 12 anos vivendo no abrigo, ele se tornou o símbolo de uma realidade silenciosa: a longa espera de muitos animais por um lar definitivo.
De porte médio, pelagem caramelo e temperamento dócil, Pixote não chama tanta atenção de quem visita o canil — e talvez por isso tenha passado despercebido por tanto tempo. “Ele é um cão muito querido, que adora a companhia dos humanos, mas não tem os atrativos que geralmente as pessoas procuram. Mesmo assim, merece tanto quanto qualquer outro a oportunidade de viver em uma casa, com uma família”, conta a servidora Júlia Michelon.
Pixote é apenas um entre os mais de 240 animais que hoje vivem no Canil Municipal, número bem acima da capacidade da estrutura. Conforme disse o secretário Municipal de Meio Ambiente, Luiz Benoit, durante a inauguração da clínica veterinária municipal nesta quinta, a situação não se resolveria nem mesmo com a ampliação das vagas. “O problema vai além do espaço. A questão central é a falta de consciência das pessoas, que continuam abandonando animais como se fosse algo normal.”
Julia reforça que o recolhimento do animal das ruas não é o fim do problema, mas apenas o começo. “A adoção precisa ser responsável. Quem adota precisa entender que o animal é para a vida toda, independente de doenças, mudanças de endereço ou outras dificuldades. A responsabilidade é do tutor, não do poder público.”
Além de adoções, o Canil também promove ações de conscientização e convida escolas a levarem seus alunos para conhecer a realidade dos animais acolhidos. Interessados podem agendar visitas pelo WhatsApp (51) 99930-9246.
Pixote segue aguardando. Doze anos depois de entrar no canil, ele ainda não teve a oportunidade de conhecer um lar. E talvez essa chance dependa apenas de alguém olhar com mais atenção para além da aparência.
The post Pixote vive há 12 anos no Canil Municipal de Lajeado e ainda espera pela oportunidade de ter um lar appeared first on Agora No Vale.
