“Tornar os Tratamentos Inalatórios Acessíveis a TODOS” : 06/5 – Dia Mundial da Asma 2025

 

Celebrado na primeira terça-feira do mês de maio, o Dia Mundial da Asma 2025 traz como tema: “Tornar os Tratamentos Inalatórios Acessíveis a TODOS”, para enfatizar a necessidade de garantir que pessoas com asma tenham acesso a esse tipo de terapia, essencial tanto para o controle da doença subjacente quanto para o tratamento das crises.

Promovida pela Global Initiative for Asthma (GINA), a data foi celebrada pela primeira vez em 1998, em mais de 35 países. Desde então, a participação tem aumentado a cada ano e se tornou um dos eventos de conscientização e educação sobre asma mais importantes do mundo.

A asma é uma das doenças crônicas não transmissíveis mais comuns, afetando mais de 260 milhões de pessoas e sendo responsável por mais de 450.000 mortes por ano em todo o mundo. A maioria dessas mortes é evitável. No Brasil, estima-se que cerca de 20 milhões de indivíduos vivam com a doença. De acordo com o Ministério da Saúde, ocorrem no País, em média, 350.000 internações por asma anualmente.

Em países de renda média-baixa, a falta de disponibilidade ou o alto custo de medicamentos inalatórios, são os principais fatores que contribuem para o fato de que 96% das mortes globais por asma ocorrem nesses países.

Mesmo nos de alta renda, custos elevados podem significar que muitas pessoas com a condição têm acesso limitado a medicamentos inalatórios essenciais, resultando em asma mal controlada e mortes que poderiam ser evitadas.

 

Asma é uma doença pulmonar inflamatória crônica em que ocorre o estreitamento dos brônquios, canais que levam ar aos pulmões, dificultando a passagem do ar e provocando contrações ou broncoespasmos.

O processo da respiração pode ser dividido em duas partes: ventilação e respiração celular (células do corpo).

A ventilação é formada pela via aérea superior (fossas nasais, faringe e laringe) e a via aérea inferior (traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos), partes responsáveis pela condução do oxigênio presente no ar para dentro dos pulmões e por devolver os gases produzidos nos pulmões para o meio externo. Já a respiração celular é o processo em que as células do organismo utilizam o oxigênio captado para produzir energia, devolvendo um outro gás como produtos do metabolismo celular (dióxido de carbono) para ser eliminado no ambiente.

Quando os bronquíolos inflamam, produzem mais muco, aumentando o problema respiratório. Na asma, expirar é mais difícil do que inspirar, uma vez que o ar viciado permanece nos pulmões provocando sensação de sufocamento.

Predisposição genética, imunológica e ou ambiental, levam a uma resposta desproporcional dos brônquios, responsáveis pelo fluxo respiratório, causando dificuldade na capacidade ventilatória da respiração.

 

Causas:

A causa exata da asma ainda não é conhecida, mas acredita-se que seja causada por um conjunto de fatores: genéticos (história familiar de alergias respiratórias – asma ou rinite) e ambientais. Vários fatores podem desencadear ou agravar a asma, tais como: alérgicos (pó domiciliar, ácaros, fungos, polens, pelo e saliva de animais, fezes de barata); infecção respiratória viral; agentes irritantes (fumaça em geral e principalmente de cigarro, poluição do ar, aerossóis etc.); variação climática como exposição ao frio; alteração emocional; medicamentos (aspirina, anti-inflamatórios não hormonais, betabloqueadores); e exercícios.

 

Sintomas:

Os principais sintomas são episódios recorrentes de falta de ar, tosse crônica, chiado e aperto no peito; pode piorar à noite ou com atividades físicas.

A gravidade da asma varia de pessoa para pessoa, sendo classificada como leve, moderada ou grave. É uma das doenças crônicas mais comuns, afetando crianças e adultos, sendo considerada um problema mundial de saúde.

 

Tratamento:

O tratamento da asma configura-se como uma parceria entre médico, paciente e familiares, com foco na orientação e na identificação dos fatores desencadeantes e agravantes, especialmente no ambiente domiciliar.

A maioria dos pacientes com asma é tratada com dois tipos de medicação:

– A medicação chamada controladora ou de manutenção, para prevenir o aparecimento dos sintomas e evitar as crises de asma;

– A medicação de alívio ou de resgate, para aliviar os sintomas quando houver piora da asma.

As medicações controladoras reduzem a inflamação dos brônquios diminuindo o risco de crises e evitam a perda da capacidade respiratória futuramente. O uso correto da medicação controladora diminui muito ou até elimina a necessidade da medicação de alívio.

 

Prevenção:

Medidas simples de controle ambiental são fundamentais para diminuir o contato com os ácaros e com o pó doméstico, sabidamente desencadeadores da asma:

– Deixar o ambiente do convívio diário, principalmente o quarto, bem limpo e arejado;

– A limpeza deve ser diária com aspirador de pó (de preferência que tenha o filtro HEPA) e pano úmido, sem produtos com cheiro forte;

– Não usar vassouras nem espanadores, pois espalham a poeira fina, que ficará em suspensão e voltará a se depositar;

– Retirar tapetes, carpetes, cortinas, almofadas, estantes com livros, e tudo o mais que facilite o acumulo de pó;

– Encapar colchões e travesseiros com tecido específico, para criar uma barreira física contra o ácaro;

– Evitar animais dentro de casa.

 

Recomendações importantes:

– Não fumar e evitar o contato com fumaça e com fumantes. Numa família de asmáticos ninguém deve fumar;

– Todos os membros de uma família de asmáticos precisam ser orientados a respeito das características da doença e das crises. A informação correta ajuda a reduzir os mitos que cercam a doença e os doentes;

– Identificar os sintomas iniciais das crises e tomar as medidas necessárias para que não se tornem graves;

– Submeter-se a testes de pele para identificar possíveis alergias a alguma substância específica;

– Evitar contrair resfriados e gripes;

– Fumaças, gases, cheiros de tinta, de produtos de limpeza ou de higiene pessoal e perfumes podem ser prejudiciais aos asmáticos;

– Evitar mudanças bruscas de temperatura;

– Exercitar-se moderadamente todos os dias, sem excessos. A asma não deve limitar a vida ou a atividade física de ninguém. Caminhar, nadar e pedalar são atividades muito saudáveis.

 

Fontes:

Dr. Dráuzio Varella
Global Initiative for Asthma (GINA)
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

Adicionar aos favoritos o Link permanente.