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O governo Lula (PT) já pagou, somente neste ano, R$2,3 bilhões em emendas parlamentares, de acordo com números oficiais do Tesouro Nacional. O dado chama atenção não apenas pelo volume de recursos liberados, mas também pelo fato de que o Portal da Transparência, principal ferramenta de acesso público às despesas do governo, permanece sem atualizar informações detalhadas desde o início do ano.
Do total repassado, R$1,6 bilhão foi destinado a emendas individuais, enquanto R$780 milhões referem-se a emendas de bancada. A liberação regular dos recursos ocorre apesar da atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que promoveu a suspensão temporária de parte das emendas, realizou reuniões com representantes políticos e chegou a fazer declarações públicas sobre supostas irregularidades. Apesar das manobras e da retórica de intervenção, os pagamentos seguiram acontecendo de janeiro a abril.
O Estado do Tocantins recebeu a maior parcela individual de emendas neste ano. Em fevereiro, a bancada do estado foi contemplada com R$40,5 milhões em recursos federais.
No ranking municipal, Araguaína (TO) se destacou como o município que mais recebeu verbas de emendas em 2025, acumulando R$70,5 milhões. Esse valor inclui as duas maiores emendas individuais registradas no período.
O protagonismo de Araguaína não é casual. O senador Irajá (PSD-TO), aliado político local, é o principal autor das emendas destinadas ao município. O representante político de Araguaína, por sua vez, é José Guimarães (MDB), irmão do atual vice-prefeito da cidade, o que levanta questionamentos sobre favorecimentos e critérios para a distribuição dos recursos.
A ausência de informações atualizadas no Portal da Transparência compromete a capacidade de fiscalização por parte da sociedade e dos órgãos de controle. A prática de liberação de emendas, enquanto dados permanecem ocultos, fragiliza ainda mais a percepção pública sobre o compromisso do governo com a transparência e a gestão responsável dos recursos públicos.
Em um cenário no qual o governo federal e o STF publicamente tentam reforçar a narrativa de combate ao uso indiscriminado de emendas, a continuidade dos pagamentos e a falta de informações claras acentuam a distância entre o discurso e a prática administrativa.

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Fonte : Hora Brasilia