Homem de 36 anos, já preso preventivamente, teria usado perfis falsos para aliciar crianças e adolescentes de 9 a 13 anos em sete estados brasileiros
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul confirmou, nesta sexta‑feira (2), que subiu para 158 o número de possíveis vítimas de um homem de 36 anos investigado por uma série de crimes sexuais, incluindo estupro virtual, armazenar e produzir pornografia infantil. O suspeito está preso preventivamente desde janeiro, quando foi flagrado em Taquara (RS) com grande quantidade de material pornográfico envolvendo menores.
Segundo o delegado responsável pelo caso, as vítimas identificadas têm entre 9 e 13 anos e vivem em sete estados — Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Distrito Federal, Acre e Mato Grosso. Parte dos crimes foi cometida pela internet, onde o investigado criava perfis falsos — geralmente se passando por meninas — para conquistar a confiança das vítimas, induzi‑las a enviar fotos íntimas e, depois, ameaçá‑las para obter mais conteúdo.
Como funcionava o esquema, de acordo com a polícia
- Criação de perfis falsos em redes sociais e aplicativos de mensagens.
- Aproximação de crianças e adolescentes por meio de conversas “amistosas”.
- Solicitação de fotos íntimas sob chantagem emocional ou promessas enganosas.
- Ameaças de exposição caso as vítimas se recusassem a enviar novas imagens.
Durante as buscas, os peritos localizaram mais de 750 pastas catalogadas com conteúdo pornográfico infantil, cada uma nomeada com informações das vítimas, como apelidos e links de perfis. A organização meticulosa do acervo chamou a atenção dos investigadores.
Investigações e próximos passos
A Justiça já expediu quatro mandados de prisão preventiva contra o suspeito: um por armazenamento de pornografia infantil, dois por estupro de vulnerável e um por produção de material pornográfico envolvendo menores. A Polícia Civil orienta que outras possíveis vítimas ou responsáveis procurem a delegacia local; as identidades serão mantidas em sigilo, e o inquérito tramita em segredo de justiça.
A defesa do acusado reconhece “a gravidade dos fatos” e afirma que trabalha para garantir um julgamento justo.
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